terça-feira, 21 de novembro de 2017

Megaira - Power, Lies and Death (2017)


Megaira - Power, Lies and Death (2017)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Rising Of The King (Intro)
02. Power And Cruelty
03. Ariadne’s Thread
04. The Fall Of Minotaur
05. Dedalus And Icarus Escape
06. Corona Borealis
07. End Of A Reign (Begin The Judgement)
08. Erinyes

Como é legal descobrir um nome novo e promissor, já que, apesar de não se tratar de uma banda novata, confesso que desconhecia por completo a Megaira. Surgida no ABC paulista no ano de 2009, passaram por um processo longo de gravação de seu debut, que teve início em 2012. E finalmente, após 5 anos, temos em mãos Power, Lies and Death, o debut do quinteto formado por Paulo Schmidt (vocal), Annia Bertoni (vocal), Paulo Melo (guitarra), Tiago Souza (baixo) e Murillo Vuldroph (bateria).

De cara, você tem sua atenção despertada para a dificuldade em definir a sonoridade da Megaira, o que acaba por ser um fator bem positivo. Buscando referência na mitologia grega (que por sinal é o foco lírico do grupo), podemos definir sua música como uma quimera que une estilos como Metal Tradicional, Power, Thrash, Death, Black e Sinfônico, mas de uma forma que funciona surpreendentemente bem. Soa pesado, agressivo, mas, ao mesmo tempo, possui melodias ótimas e marcantes. Tudo aqui é muito bem equilibrado.

Os vocais possuem uma dinâmica bem interessante. Paulo Schmidt é responsável pelos guturais, enquanto Annia Bertoni responde pelos vocais limpos, mas não naquela linha lírica “a bela e a fera”, já que eles pendem para o Metal Tradicional. Isso acaba por evitar que os mesmos fiquem chatos e maçantes. A guitarra de Paulo Melo consegue despejar riffs que conseguem unir agressividade e melodia. Aliás, é da guitarra que boa parte das melodias aqui presentes emana. A parte rítmica, com o baixista Tiago Souza e o baterista Murillo Vuldroph, se mostra firme, variada, pesada e técnica, chegando até mesmo a tomar para si o protagonismo em alguns momentos. Já as partes sinfônicas surgem sempre nos momentos ideais, enriquecendo e dando um diferencial interessante às músicas.


Após uma introdução instrumental (“Rising Of The King”), “Power And Cruelty” abre efetivamente o trabalho de forma agressiva, com um bom trabalho de guitarra e ótimo dueto vocal entre Paulo e Annia. Em seguida, temos “Ariadne’s Thread”, com melodias muito boas, teclado bem encaixado e com passagens sinfônicas que surgem para enriquecer a canção. “The Fall Of Minotaur” se mostra bem variada e pesada, com o baixo se destacando e riffs marcantes, enquanto “Dedalus And Icarus Escape” alterna de forma muito positiva passagens mais cadenciadas com outras mais rápidas. Já “Corona Borealis” tem os teclados se destacando e a guitarra despejando não só ótimos riffs, como boas melodias, e “End Of A Reign (Begin The Judgement)” possui uma pegada bem Thrash, soando bem pesada e com algumas passagens bem ríspidas. Encerrando o álbum, “Erinyes” esbanja energia, intensidade e boas melodias.

Gravado no Estúdio 1202 (São Paulo/SP), Power, Lies and Death teve produção e mixagem feitas por Luiz Portinari, com mixagem e masterização adicionais realizadas por Thiago Oliveira. O resultado final é bom, já que tudo soa bem orgânico, longe da artificialidade de alguns trabalhos atuais, deixando tudo claro, audível, mas com certa dose de crueza (acho que poderiam polir um pouco mais, mas nesse caso é gosto pessoal mesmo). Já a capa (que retrata o Rei Minos, de Creta) e o encarte (que ficou bem legal com os tons predominantemente claros utilizados) foram feitos por Leandro Furlanetto.

Mostrando que é possível sim, sair do lugar comum e da zona de conforto nas quais muitas bandas novas optam por ficar, e soando moderno, mas sem abrir mão de sonoridades mais tradicionais, a Megaira estreou com o pé direito, se credenciando ao posto de uma das principais revelações do Metal brasileiro nesse ano de 2017. É esperar que todo o potencial aqui demonstrado se confirme nos trabalhos vindouros.

NOTA: 8,0

Megaira é:
- Paulo Schmidt (vocal);
- Annia Bertoni (vocal);
- Paulo Melo (guitarra);
- Tiago Souza (baixo);
- Murillo Vuldroph (bateria).

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