sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Desdominus - Without Domain (2003/2017)


Desdominus - Without Domain (2003/2017)
(Heavy Metal Rock - Nacional)


01. Supremacia Underground
02. Opposition Warrior
03. Without Domain
04. False Creator’s Creator
05. The Other Side... (Atheist Mind)
06. Intro*
07. Reality of Whispers Mine*
08. Ejaculate in Your Stupidity*
09. The Fall and the Vision*
10. Judgement of the Souls*
*Bonus Tracks: Judgement of the Souls - Demo 1999

E lá se vão quase 25 anos de serviços muito bem prestados ao Death/Black nacional. Surgido em Americana/SP, no ano de 1993, o Desdominus tem uma discografia sucinta se comparada com seu tempo de existência (3 demos e 3 CD’s), mas que é de suma importância pela qualidade apresentada em seus lançamentos. Vide por exemplo o caso de Uncreation, seu último trabalho, que foi um dos melhores lançamentos nacionais de 2015. Mas toda caminhada tem um início, e é ele que temos aqui, graças à iniciativa da Heavy Metal Rock de relançar o debut da banda, Without Domain.

Claro que não iremos encontrar aqui a mesma sonoridade dos dois trabalhos seguintes, Devastating Millenary Lies (13) e Uncreation, até porque existe um lapso de tempo considerável entre os mesmos, além de músicos diferentes envolvidos (apenas o baterista Ney Paulino se mantém na banda desde seu início), mas já era possível perceber que estávamos diante de uma banda diferenciada, que não poderia ter seu estilo rotulado simplesmente como Death/Black.

Em Without Domain, apesar de notarmos algumas similaridades com o Dissection, já podíamos observar que o então trio formado por Douglas (vocal/guitarra), Willian Gonsalves (guitarra/baixo/vocal limpo) e Ney Paulino (bateria) começava a forjar uma identidade sonora para o Desdominus. As canções aqui presentes se mostravam bem variadas e muito bem trabalhadas. Apresentam também um bom nível de complexidade e técnica, mostrando que não estávamos diante de uma banda qualquer. E, apesar de as composições serem brutas, é possível notarmos boas melodias inseridas nas mesmas, mas tudo de forma muito bem equilibrada. Podemos - e devemos - dividir o álbum em duas partes bem distintas. As 5 primeiras canções compõem Without Domain, enquanto a sua segunda metade é composta pela demo de 1999, Judgement of the Souls, que foi incluída como bônus aqui.

“Supremacia Underground”, que abre o CD, tem sua letra em português e, apesar de ser relativamente curta se comparada com as faixas seguintes, mostra boa variedade de ritmo. É um bom exemplo de Blackened Death Metal que une peso, agressividade e boas melodias. Já “Opposition Warrior”, assim como as demais músicas, começa com uma narração em português feita por Ney, para depois explodir em brutalidade. Podemos observar aqui a boa técnica da banda, assim como solos de muita qualidade. Os solos também são elemento de destaque em “Without Domain”, que despeja bons riffs, além de possuir arranjos bem interessantes. Cabe também uma menção aos vocais de Douglas, muito bons e que soam tipicamente Black em todo o álbum. “False Creator’s Creator” se mostra mais cadenciada em seu início e possuidora de ótimas melodias, além de ser bem variada, mas nunca abrindo mão da agressividade e do peso. “The Other Side... (Atheist Mind)”, encerra Without Domain de forma acústica e com boas melodias. 


Em seguida, temos as músicas que compõem a demo Judgement of the Souls, as quais mostram-se naturalmente mais cruas, mas também bem pesadas e agressivas. Após uma introdução, temos “Reality of Whispers Mine”, bem pesada, variada e que conta inclusive com alguns vocais femininos. “Ejaculate in Your Stupidity” esbanja brutalidade e agressividade, enquanto “The Fall and the Vision” se mostra mais cadenciada (apesar de momentos mais velozes da sua metade para frente) e detentora de um bom trabalho de guitarra, principalmente no que tange aos riffs. Finalizando, temos a mais que violenta “Judgement of the Souls”.

Chama a atenção o fato de que, apesar de as gravações aqui presentes datarem de 1999 e 2003, as mesmas apresentam um bom nível, melhores até do que algumas que escuto em trabalhos nacionais lançados recentemente. Além disso, nesse relançamento Without Domain vem embalado em um digipack caprichado, o que torna sua aquisição ainda mais interessante. Já mostrando personalidade e mesclando muito bem peso, agressividade, brutalidade e boas melodias, o debut do Desdominus não só resistiu ao teste do tempo, como é um trabalho que todo fã de Death/Black deveria ter em sua coleção.

NOTA: 8,0

Desdominus é (gravação):
- Douglas (vocal/guitarra);
- Willian Gonsalves (guitarra/baixo/vocal limpo);
- Ney Paulino (bateria).

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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Hatefulmurder - Red Eyes (2017)


Hatefulmurder - Red Eyes (2017)
(Secret Service Records - Nacional)


01. Silence Will Fall
02. Red Eyes
03. Tear Down
04. Riot
05. The Meaning of Evil
06. Time Enough At Last
07. My Battle
08. You´re Being Watched
09. Creature of Sorrow

Uma das coisas mais legais quando você acompanha constantemente o trabalho de uma banda é poder observar o seu desenvolvimento e crescimento. Meu primeiro contato com o Hatefulmurder foi com o EP The Wartrail (11), e nele já era perceptível a qualidade do seu Thrash/Death. E foi essa qualidade que foi confirmada em 2014 no seu debut, No Peace. Quem teve a oportunidade de assisti-los ao vivo durante a turnê de divulgação pôde ver uma banda que estava na “ponta dos cascos”, literalmente quebrando tudo. Mas após o término da mesma, o vocalista Felipe Lameira anunciou seu desligamento da banda, o que não deixou de ser um baque para quem acompanhava o trabalho dos cariocas.

Felizmente, Renan Ribeiro (guitarra/vocal), Felipe Modesto (baixo) e Thomás Martin (bateria) não deixaram que o golpe os abatesse e logo anunciaram Angélica Burns (ex-Scatha, ex-Diva) para assumir o posto deixado por Felipe. Confesso que respirei aliviado, por já conhecer a capacidade da mesma por seu trabalho na Diva, mas muita gente ficou com um pé atrás em um primeiro momento, talvez por não acompanhar de tão perto o cenário underground. De lá pra cá muita água passou por debaixo da ponte, shows ocorreram, mas se ainda existiam dúvidas a respeito da nova formação, ela foi sanada de vez com seu 2º trabalho, Red Eyes.

Certamente existirão aqueles que tentarão traçar comparações entre o Hatefulmurder e o Arch Enemy, não só pelo Thrash/Death Metal Melódico praticado aqui, como também pelo fato de ambas contarem com uma vocalista. Bem, não dá para negar que podemos até encontrar pontos em comum aqui e ali, mas a verdade é que Red Eyes é muito mais que isso. É acima de tudo um trabalho muito forte, com composições inspiradas e que consegue equilibrar de forma muito madura elementos como agressividade e melodia, sem perder a essência de sua sonoridade.

Os vocais de Angélica estão ótimos e são responsáveis por uma parcela de agressividade das músicas. Podemos notar também a inclusão de alguns vocais limpos, que confesso, aos meus ouvidos, soaram um pouco estranhos e não funcionaram tão bem, soando um tanto quanto desnecessários às canções, mas também não chegam a comprometer. O trabalho de guitarra de Renan é simplesmente ótimo, esbanjando peso, criatividade, com riffs marcantes e boas melodias. Já a parte rítmica, com Felipe e Thomas não fica atrás, mostrando boa técnica, coesão e muita diversidade.


São 9 músicas que conseguem manter um nível alto de qualidade, mas com alguns destaques evidentes. Músicas como “Silence Will Fall”, bruta, agressiva e que abre o álbum da melhor forma possível, e “Tear Down”, onde os vocais limpos até funcionam bem em alguns momentos, mostram uma pegada mais moderna, saindo do lugar-comum de muitas bandas brasileiras quando o assunto é Thrash/Death. “Red Eyes”, além dos ótimos riffs, tem um refrão marcante, assim como a ótima “Riot”, que compartilha tais características. Outra que vale destacar é “My Battle”, que mescla não só velocidade com partes mais cadenciadas, como também melodia e agressividade. De quebra ainda temos a participação de Mayara Puertas (Torture Squad) nos vocais da ótima e bruta “Time Enough At Last”.

Gravado por Celo Oliveira, Felipe Eregion e Rafael Sentoma, nos estúdios Casa do Mato e Kolera Studio, Red Eyes recebeu a produção de João Milliet, tendo um resultado final muito bom. Está tudo limpo, claro, com todos os instrumentos 100% audíveis, mas ainda assim pesado e muito agressivo. Sinceramente, não fica devendo nada se comparado a 90% das produções que escuto vindas do exterior. Já a bela capa foi obra do grego Orge Kalodimas (pesquisem o trabalho dele na internet, é muito bom!), com arte e design de Eregion (Lacerated and Carbonized, Vociferatus, Unearthly). Simplesmente ótimo!

Renovado, mas sem perder a sua essência, e indo direto ao ponto (o álbum dura pouco menos de 32 minutos). Esse é o Hatefulmurder com o qual nos deparamos em Red Eyes, uma banda que caminha a passos largos para encontrar sua maturidade musical e fincar os dois pés no panteão dos grandes nomes da história do Metal no Brasil. Um dos melhores álbuns nacionais de 2017!

NOTA: 8,5

Hatefulmurder é:
- Angélica Burns (vocal);
- Renan Campos (guitarra/vocal);
- Felipe Modesto (baixo/vocal);
- Thomás Martin (bateria).

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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Le Chant Noir - Ars Arcanvm Vodvm (2017)


Le Chant Noir - Ars Arcanvm Vodvm (2017)
(Heavy Metal Rock - Nacional)


01. Tanz der Trommeln        
02. Forsaken Ghosts        
03. Wormslayer        
04. Cabaret de l'enfer        
05. The Luciferian Whetstone        
06. Bedeviled by Tchort        
07. Unleashed Dementia        
08. Portal Overture        
09. Ars Arcanvm Vodvm        
10. My Elders’ Cry        
11. Outro

Existiu um tempo onde os estilos musicais eram muito bem definidos, delimitados. Quando você tinha em mãos um álbum de Black, de Death, de Doom, você sabia exatamente o que ouviria no mesmo. Mas em tempos de uma realidade tão fluída, o mesmo aconteceu com a música e, consequentemente, com o Heavy Metal. Limites estilísticos foram ultrapassados, ampliados, com músicos perdendo qualquer medo de experimentar e ousar em suas composições. Se para os mais conservadores isso é um crime, para aqueles que possuem a cabeça mais aberta é o verdadeiro paraíso.

O Le Chant Noir reúne em sua formação músicos renomados dentro do cenário do Black Metal nacional e internacional. Nos vocais e programação, temos Lord Kaiaphas (ex-Ancient), na guitarra e baixo, Mantus (Patria, Mysterris) e na bateria, guitarra, teclado e percussão, Leonardo D. Pagani, também conhecido como Malphas (ex-Demonolatry, ex-Mysteriis). Uma formação de primeira categoria e da qual só poderíamos esperar um Black Metal furioso e destruidor. Mas que graça teria se tudo fosse assim tão óbvio e músicos desse calibre não tivessem o direito de experimentar e de se arriscar fora de sua zona de conforto?

É exatamente isso que encontramos em Ars Arcanvm Vodvm, trabalho de estreia do Le Chant Noir. O Black Metal se faz presente? Com certeza, e isso nem poderia ser diferente dados os nomes envolvidos, mas some-se a eles a inclusão de elementos de Death Metal, Progressivo, Metal Tradicional, Música Clássica e Dark Ambient, fazendo da sonoridade do trio algo diferenciado, que ousa sair do padrão em matéria de estruturação das suas composições. Certamente não estamos diante de uma música de fácil assimilação por aqueles não acostumados com algo mais Avant-garde, mas quem aprecia algo mais experimental certamente aprovará o que temos aqui.

Os vocais rasgados e variados de Lord Kaiaphas se encaixam com perfeição na proposta musical do trio, enquanto as guitarras não só despejam bons riffs, como se mostram ríspidas e agressivas nos momentos em que isso se faz necessário. É nítida também a influência que elas possuem de Metal Tradicional, principalmente nos solos, onde podemos observar algumas melodias que te remetem diretamente aos anos 80. A parte rítmica se mostra bem coesa, forte e segura, esbanjando peso durante todo o tempo. Elementos percussivos são muito bem encaixados, assim como também o teclado, enriquecendo assim ainda mais a música do Le Chant Noir. O legal aqui é que, apesar dos arranjos mais complexos e dos momentos mais ambientais, nada soa confuso.


A introdução, com “Tanz der Trommeln”, se destaca não só pelos elementos sinfônicos (o álbum conta com a participação da Noir Royal Philharmonic Orchestra), como também pelo clima progressivo. “Forsaken Ghosts” possui um ótimo trabalho de guitarra, boas melodias, que dão a ela um clima soturno, além de um trabalho percussivo muito legal. “Wormslayer” é bem cadenciada, com algo de Doom, além de teclados muito bem encaixados, enquanto “Cabaret de l'enfer” é bem ríspida e agressiva, além de variada. Elementos atmosféricos e progressivos dão um tom soturno à ácida “The Luciferian Whetstone”, ao mesmo tempo em que o Black Metal dá as caras com força na furiosa “Bedeviled by Tchort”. Os teclados dão um clima bem sombrio à forte “Unleashed Dementia”, que possui também um belo trabalho de guitarra. A instrumental “Portal Overture” é outra que trafega entre o Progressivo e o Ambient com bons resultados. A sequência final se dá com a bruta “Ars Arcanvm Vodvm”, que mescla agressividade e rispidez com elementos sinfônicos, percussivos e boas melodias de teclado e guitarra (preste atenção no solo) e “My Elders’ Cry”, outra a se enveredar um pouco mais pelo Black Metal. Encerrando, temos um Outro.

A produção é muito boa, clara e orgânica, com destaque para os timbres escolhidos, que passam uma saudável crueza que se encaixa 100% na sonoridade proposta pela banda. A capa, umas das mais belas que vi esse ano, e o restante do ótimo trabalho gráfico foram obra de Marcelo Vasco/Mantus (Slayer, Kreator, Brujeria, Dimmu Borgir, Borknagar, Testament). O CD ainda vem embalado em um belo slipcase.

Fugindo da zona de conforto de seus integrantes e apresentando um trabalho complexo e instigante, o Le Chant Noir surpreende e se candidata ao posto de uma das revelações de 2017, além de, claro, nos fazer torcer para que tal projeto se estabilize a ponto de lançar muitos outros álbuns.

NOTA: 8,5

Le Chant Noir é:
- Lord Kaiaphas (vocal/programação);
- Mantus (guitarra/baixo);
- Leonardo D. Pagani (bateria/sintetizador/guitarra/percussão/marimba/timbales/vibrafone)

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domingo, 24 de setembro de 2017

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!

Ghost Bath - Starmourner (2017)
(Nuclear Blast Entertainment – Importado)
 

Eis uma banda que se ama ou odeia, afinal, seu Depressive/Post-Black Metal sempre desperta extremos. Se em seu trabalho anterior, Moonlover (15), o Ghost Bath seguiu um caminho mais atmosférico, em Starmourner é a agressividade que se sobressai, graças a riffs tipicamente Black que surgem a todo momento, fazendo deste o seu álbum mais pesado. Ainda assim, as passagens mais atmosféricas continuam mais que presentes, dando diversidade ao álbum e gerando uma espécie de jogo de luz e sombra musical, já que é capaz de despertar sentimentos díspares como agonia e esperança. Certamente seu trabalho mais maduro e original. (8,5)

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Lich King – The Omniclasm (2017)
(Independente – Importado)
 

Eis uma das bandas mais legais surgidas nessa onda Retrô-Thrash dos últimos anos. Lá se vão 5 anos desde o lançamento de Born of the Bomb, e nesse meio tempo os fãs tiveram apenas o EP Do-Over para saciar a sede pelo Thrash Metal dos americanos. Sem tirarem o pé do acelerador, em The Omniclasm nos entregam um dos melhores álbuns do estilo em 2017. Veloz, pesado e agressivo, temos aqui uma profusão de ótimos riffs, um pé bem fincado no Punk e letras que trafegam entre o bom humor e o cinismo, algo que sempre marcou sua carreira. É original? De forma alguma, mas ainda assim é muito bom e vai render 43 minutos de pura diversão. Além de ossos e vértebras triturados. (8,5)

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The Great Old Ones – EOD: A Tale of Dark Legacy (2017)
(Season of Mist – Importado)
 

Os franceses do The Great Old Ones são uma das bandas mais competentes e instigantes do cenário Black da atualidade. Com seu conteúdo lírico voltado para a obra de H.P. Lovecraft, o quinteto capitaneado pelo guitarrista e vocalista Benjamin Guerry nos apresenta em seu 3º álbum um trabalho baseado no livro A Sombra de Innsmouth. A forma como conseguem levar o ouvinte para dentro da história, transformando em música a narrativa do escritor americano, é algo incrível. Com riffs sombrios e uma atmosfera assombrosa, de mistério e loucura, tudo aqui reflete musicalmente a gradeza do material retratado. Uma aula em forma de Metal e Literatura. (9,0)

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Attic – Sanctimonious (2017)
(Ván Records – Importado)
 

Imaginem um grupo de caras muito fãs de King Diamond/Mercyful Fate. Após um hiato de 5 anos, os alemães do Attic finalmente apresentam o sucessor do bom The Invocation, se mantendo firme e forte no caminho trilhado pelo Rei Diamante. O clima de horror emanando de cada canção, uma história que une satanismo e uma freira pecadora, riffs que poderiam ser tocados por Andy LaRocque, Michael Denner ou Hank Shermann, os vocais em falsete de Meister Cagliostro, que quase emulam o de King, tudo aqui nos remeterá à obra de Kim Bendix Petersen. Você pode até querer argumentar que isso já foi feito de forma muito superior em álbuns como Fatal Portrait ou Abigail, mais isso não tira o mérito de que a música do Attic é muito bem-feita e que  Sanctimonious é um álbum muito legal de se escutar. (8,0)

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Pagan Altar - The Room of Shadows (2017)
(Temple of Mystery Records – Importado)
 

Eis o último ato da lenda britânica do Heavy/Doom. Terry Jones partiu em 2015, mas antes deixou esse CD gravado. Seu filho e fiel parceiro de banda, Alan Jones, como último tributo ao pai, regravou parte do trabalho e o lançou com o nome de The Room of Shadows (originalmente se chamaria Never Quite Dead). O que temos aqui é aquela conhecida e competente mescla de Classic Rock. Heavy Metal e Doom, com os vocais bem característicos de Terry, bons riffs, passagens acústicas interessantes e uma sensação de saudosismo que se abate sobre o ouvinte, quando se lembra que não mais teremos oportunidade de escutar o Pagan Altar novamente. Uma despedida merecida e muito digna. (8,5)

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Broken Hope - Mutilated and Assimilated (2017)
(Century Media Records – Importado)
 

Capitaneado pelo guitarrista Jeremy Wagner, o Broken Hope chega a seu 7º trabalho de estúdio (o segundo desde a volta em 2012) apresentando exatamente o que esperamos, ou seja, Death Metal clássico, bruto, direto e sem enrolação. Você pode argumentar que isso não é nada diferente do que apresentaram em todos os seus trabalhos anteriores, e certamente estará certo, mas a verdade é que temos aqui alguns dos melhores riffs dos americanos em muito tempo (aliás, Jeff Hanneman ficaria orgulhoso, já que ele é a principal influência aqui). Pode não ser um clássico como Swamped in Gore (91), mas ainda assim é um álbum onde temos um Death Metal sólido. Certamente vai agradar em cheio os fãs do estilo. (7,5)

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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Danzig - Black Laden Crown (2017)


Danzig - Black Laden Crown (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)


01. Black Laden Crown
02. Eyes Ripping Fire
03. Devil On Hwy 9
04. Last Ride
05. The Witching Hour
06. But A Nightmare
07. Skulls & Daisies
08. Blackness Falls
09. Pull The Sun

Goste ou não da figura de Glenn Danzig, é impossível negar a sua importância para o Rock/Metal. Seja com seu trabalho à frente do The Misfits, ou posteriormente com o Samhain e o Danzig, seu nome está muito bem gravado na história do estilo. Além disso, sua voz de barítono, uma mescla de Jim Morrison com Elvis Presley, mas na versão “Evil”, está entre as mais marcantes do estilo. É dessas que você escuta e de cara já identifica. Simplesmente inconfundível.

Com o Danzig, teve um início arrebatador. Mesclando Metal, Doom, Southern Rock e Blues, lançou talvez a melhor sequência de uma banda no final dos 80 e início dos 90. Danzig (88), Danzig II - Lucifuge (90), Danzig III: How the Gods Kill (92) e Danzig: 4p (94) estão indiscutivelmente entre os melhores trabalhos gravados do período citado. Com o esfacelamento da formação original, seguiu-se uma fase para lá de controversa, com Danzig 5: Blackacidevil (96), Danzig 6:66: Satans Child (99) e Danzig 777: I Luciferi (02), onde seu som sofreu modificações e acabou por gerar insatisfação entre uma parcela de seus fãs.

A partir de 2004, já tendo juntado suas forças com o guitarrista Tommy Victor (Prong), as coisas começaram a mudar de figura, e dois bons álbuns foram lançados, Circle of Snakes (04) e Deth Red Sabaoth (10). Mesmo o trágico álbum de covers, intitulado Skeletons (15), não foi capaz de atrapalhar tal recuperação. Sendo assim, mesmo com a ausência de um baterista fixo, a expectativa pelo lançamento de Black Laden Crown era das melhores por parte de seus fãs.

E bem, acho que podemos dizer que esses não irão se decepcionar com o 11º álbum de estúdio do Danzig, já que talvez esse seja seu trabalho que mais se aproxima esteticamente da sua brilhante fase inicial. É como se estivéssemos diante de uma versão minimalista do mesmo. A voz de Glenn já começa a sentir o peso da idade e não é a mesma dos áureos tempos, mas ainda assim impõe muito respeito, mesmo com alguma limitação. Aliás, aí está a palavra chave para entender Black Laden Crown, limitação.


Esse é um álbum construído em torno de limitações. As músicas se mostram mais lentas, mais cadenciadas, aproximando ainda mais sua sonoridade do Doom. Tommy Victor, como não poderia deixar de ser, faz um belo trabalho na guitarra, se aproximando demais do que foi feito por John Christ no auge da banda, mas é um trabalho simples, com bons riffs, pesados e diria até despreocupados, estando aí talvez seu maior mérito. A parte rítmica faz bem o seu serviço, de forma correta, sendo que o baixo foi assumido pelo próprio Glenn e a bateria ficou a cargo de nomes como Johnny Kelly, Joey Castillo, Karl Rokfist, com participações em álbuns anteriores da banda, e Dirk Verbeuren (Megadeth).

Boa parte das 9 canções aqui presentes se mostram dentro da média, com alguns destaques óbvios. “Eyes Ripping Fire” e “Devil On Hwy 9” se mostram bons rocks, com destaque para o trabalho da guitarra em ambos. Já “Last Ride” é mais cadenciada e tem um ar mais introspectivo, trazendo aquela aura obscura, muito dela em virtude dos ótimos vocais de Glenn. “But A Nightmare” tem bom peso e “Pull the Sun” se mostra bem melancólica. Mas no final, essa abordagem mais minimalista das composições acaba por gerar uma sensação de que as músicas poderiam ter sido um pouco mais bem trabalhadas, mais aprofundadas. São boas, mas poderiam ser ainda melhores.

A produção, que ficou a cargo do vocalista, também ajuda demais nisso. Seca e orgânica como de praxe, afinal Glenn prima por gravar seu material sempre com equipamento analógico, até está dentro da média, mas em muitos momentos deixa a música um tanto magra, sem força. Ainda assim, ao final de tudo, temos o trabalho mais coeso e forte do Danzig em anos. Se não é um clássico, passa longe de ser trágico, já que optam por não inventar e muito menos reinventar, entregando ao fã o que ele espera e deseja de um álbum da banda.

NOTA: 7,0

Danzig é (gravação):
- Glenn Danzig (vocal, guitarra, baixo e bateria nas faixas 2, 4 e 6)
- Tommy Victor (guitarra/baixo)
- Johnny Kelly (bateria nas faixas 1 e 5)
- Joey Castillo (bateria nas faixas 3 e 8)
- Karl Rokfist (bateria na faixa 9)
- Dirk Verbeuren (bateria na faixa 6)

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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Hansen & Friends - Thank You Wacken (Live) (CD + DVD)


Hansen & Friends - Thank You Wacken (Live) (CD + DVD)
(Shinigami Records/earMUSIC - Nacional)


01. Born Free
02. Ride the Sky (Hellowen cover)
03. Contract Song
04. Victim of Fate (Hellowen cover)
05. Enemies of Fun
06. Fire and Ice
07. Burning Bridges
08. Follow the Sun
09. I Want Out (Hellowen cover)
10. Future World (Hellowen cover)
11. All or Nothing
12. Save Us (Hellowen cover)

Ano passado, Kai Hansen resolveu comemorar suas 3 décadas de amor e serviços brilhantemente prestados ao Heavy Metal soltando seu 1º álbum solo, XXX: Three Decades in Metal (resenha aqui), contando com uma série de participações especiais. Mas como isso aparentemente era pouco, resolveu também fazer uma apresentação no Wacken (festival com o qual possui forte ligação, tendo tocado no mesmo pela primeira vez em 1994), e foi dela que nasceu o CD/DVD intitulado Thank You Wacken, que a Shinigami, em parceria com a earMUSIC, nos faz o favor de lançar em versão nacional.

Antes de tudo, o que temos aqui é uma celebração que envolve um artista não só absurdamente talentoso, como também carismático, e um público que o idolatra. Também pudera, o cara não só é o pai do Power Metal como também é criador talvez das duas maiores bandas do estilo, o Helloween e o Gamma Ray, fora seu dedo em nomes como Iron Savior e Unisonic. Hansen possui um legado que deve ser muito respeitado, goste você ou não.

E é em cima desse legado que ele aposta aqui. Das 12 músicas, 7 saíram de seu trabalho solo, enquanto outras 5 são clássicos dos seus tempos de Helloween. Também se cercou de músicos para lá de talentosos. Além da banda formada por Eike Freese (guitarra, Dark Age), Alexander Dietz (baixo, Heaven Shall Burn), Michael Ehré (bateria, Gamma Ray) e Corvin Bahn (teclado, Crystal Breed e Gamma Ray ao vivo), tivemos as participações para lá de especiais de Clémentine Delauney (vocal, Visions of Atlantis), Frank Beck (vocal, Gamma Ray) e sim, ele, Michael Kiske (esse dispensa qualquer apresentação). Em suma, Kai estava muito bem acompanhado em cima do palco.


Uma coisa é indiscutível. As músicas de seu trabalho solo, que já eram boas, conseguiram soar mais fortes e enérgicas ao vivo. Veja os casos de “Born Free”, “Enemies of Fun”, “Fire and Ice” (com um belo dueto entre Kai/Clémentine), “Burning Bridges” e “All or Nothing” (outra a contar com Clémentine), que conseguiram empolgar o público. E vale dizer que esse show foi gravado em 5 de agosto de 2016, sendo que XXX: Three Decades in Metal saiu apenas em setembro, ou seja, estamos falando de músicas que eram desconhecidas dos presentes. Quanto aos clássicos do Helloween executados, aí chega a ser covardia. A forma como “Ride the Sky”, “Victim of Fate”, “Save Us” (ambas com participação de Frank e Clémentine), “I Want Out” e “Future World” inflama a todos é algo impressionante, principalmente as duas últimas, com Kiske nos vocais. Uma bela prévia do que veremos na Pumpkins United World Tour (que passa pelo Brasil em outubro). De quebra, ainda temos um DVD com a apresentação na íntegra, onde podemos constatar todo o clima e interação entre artista e público. Decididamente, ele consegue capturar com precisão toda a energia do show.

Com uma banda entrosada e afiadíssima, e participações especiais que enriquecem mais ainda o trabalho final, o que temos de resultado final é uma verdadeira celebração à carreira de um dos músicos mais talentosos de todo o cenário do Heavy Metal. Com muita entrega de todos, energia e muita diversão, temos aqui um material imperdível. E só existe uma forma de encerrar essa resenha: muito obrigado, Kai Hansen!

NOTA: 8,5

Kai Hansen é:
- Kai Hansen (vocal/guitarra);
- Eike Freese (guitarra);
- Alexander Dietz (baixo);
- Michael Ehré (bateria);
- Corvin Bahn (teclado).

Participações Especiais
- Clémentine Delauney (vocal nas faixas 4, 6, 11 e 12/backing vocals)
- Frank Beck (vocal na faixa 4/backing vocals)
- Michael Kiske (vocal nas faixas 9 e 10)

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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Municipal Waste - Slime And Punishment (2017)

Municipal Waste - Slime And Punishment (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast – Nacional)


01. Breathe Grease
02. Enjoy The Night
03. Dingy Situations
04. Shrednecks
05. Poison The Preacher
06. Bourbon Discipline
07. Parole Violators
08. Slime And Punishment
09. Amateur Sketch
10. Excessive Celebration
11. Low Tolerance
12. Under The Waste Command
13. Death Proof
14. Think Fast

Lá se vão 5 anos desde que os americanos do Municipal Waste, uma das melhores bandas de Thrash/Crossover da nova geração, lançou The Fatal Feast (Waste in Space) (12). Nesse período, excursionaram por um bom tempo, chegaram a compor um álbum inteiro, que foi descartado por não ser considerado bom o suficiente, além de Tony Foresta (vocal) e Land Phil terem lançado 3 trabalhos com o Iron Reagan (este último ainda soltou 2 CD’s com o Cannabis Corpse, do qual também faz parte. Além disso, desde 2016 se tornou um quinteto, com a entrada do guitarrista Nick Poulos.

Um novo membro que altere a estrutura da banda de tal forma (já que passaram a ter 2 guitarristas) é sempre algo arriscado, já que se faz necessário um tempo de adaptação entre os músicos. Felizmente isso não foi um problema aqui, já que Nick tocou com Phil no Cannabis Corpse e no Vulture, sendo que nessa, ele ainda toca ao lado do guitarrista Ryan Waste. Ou seja, a química já existia e isso acaba tendo reflexos mais que positivos em Slime And Punishment, 6º álbum de estúdio do grupo.

A sonoridade da banda se mantém praticamente intocada. É aquele Thrash/Crossover rápido, pesado, agressivo, com riffs marcantes, vocais insanos e parte rítmica direta. Mas agora sua música se mostra mais madura, e por mais que você possa perceber a influência de nomes como Nuclear Assault, D.R.I ou Anthrax, ela soa mais do que nunca como Municipal Waste. Vale destacar o trabalho das guitarras, que está simplesmente excelente, com riffs verdadeiramente viciantes.

Como de praxe, as canções são curtíssimas e nenhuma chega à casa dos 3 minutos. É um verdadeiro massacre musical. O álbum abre com a intensa e agressiva “Breathe Grease”, e tem continuidade com a sequência formada por “Enjoy The Night”, um Thrashcore brutal que dura menos de 1 minuto, e “Dingy Situations”. “Shrednecks” tem o poder de uma bomba de hidrogênio, com ótimos riffs e grande poder de destruição, enquanto em “Poison The Preacher” o lado Hardcore fala um pouco mais alto, com toda a sua energia e intensidade. O alto nível de qualidade se mantém em “Bourbon Discipline”, “Parole Violators” (que conta com a participação de Vinnie Stigma, do Agnostic Front, interpretando um policial), veloz e intensa e em “Slime And Punishment”, com uma levada mais cadenciada, mas sem perder a intensidade. A velocidade retorna com “Amateur Sketch” e “Excessive Celebration”, que vão direto ao ponto, soando bem diretas. “Low Tolerance” abre a sequência final de forma bem agressiva, sendo seguida pela ótima instrumental “Under The Waste Command”, por “Death Proof”, outra com momentos um pouco mais cadenciados e a ótima “Think Fast”, um crossover de 1ª categoria, que encerra o álbum com chave de ouro.


Gravado no Blaze of Torment Studios, com produção da própria banda, Slime And Punishment teve sua mixagem e masterização feitas por ninguém menos que Bill Metoyer. O resultado final foi ótimo, já que apesar da música soar bem old school, a produção não deixa que ela soe datada, dando à mesma um ar bem atual. A capa é   de autoria de Andrei Bouzikov, com layout do encarte feito por Marcelo Vasco. Ótimo trabalho de ambos.

Rápido, barulhento e agressivo. Eis aqui um resumo perfeito do que é Slime And Punishment. Eis aqui um CD para você afastar por completo os móveis da sala, bater cabeça freneticamente e moer por cada vértebra do pescoço.

NOTA: 8,5

Municipal Waste é:
- Tony Foresta (vocal);
- Ryan Waste (guitarra);
- Nick Poulos (guitarra);
- Landphil (baixo);
- Dave Witte (bateria).

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domingo, 17 de setembro de 2017

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!

Adagio - Life (2017)
(Zeta Nemesis Records – Importado)
 

Apesar de completar 17 anos de carreira, esse é apenas o 5º álbum de estúdio dos franceses, muito disso devido à alta rotatividade do posto de vocalista (Kelly Sundown Carpenter é quem ocupa o cargo agora). Após um hiato de 8 anos desde o lançamento de Archangels in Black (09), retornam apresentando um trabalho que consegue ser tão bom (ou quem sabe melhor) que o excelente Underworld (03). Podemos até dizer que, em matéria de estrutura musical, esse é um retorno à 1ª fase da banda, já que deixaram de lado os elementos mais extremos adotados nos últimos álbuns em prol de uma linha mais Prog/Power (pendendo mais para o primeiro). A diferença é que aqui soam bem atuais, muito pelos toques de Djent que surgem aqui e ali. Conseguiram também se afastar das comparações (que eram justas) com o Symphony X, parecendo que finalmente encontraram sua identidade. Life é um álbum grandioso, onde conseguem equilibrar muito bem ótimos refrões, melodias marcantes, partes atmosféricas, muita progressividade e peso. Uma das grandes surpresas de 2017. (9,0)

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Tau Cross  - Pillar Of Fire (2017)
(Relapse Records – Importado)
 

Quando Rob “The Baron” Miller (Amebix) e Michel “Away” Langevin (Voi Vod) juntaram suas forças em um novo projeto, criaram as melhores expectativas, que se confirmaram no autointitulado álbum de estreia do Tau Cross, onde mesclaram de forma primorosa Punk, Crust e Thrash Metal. Em Pillar Of Fire não só conseguem manter a qualidade mostrada no debut, como conseguem ir além, trazendo para sua música até mesmo alguns elementos acústicos que surgem aqui e ali. Os vocais de Miller continuam intensos e variados, e o ótimo trabalho de guitarra, com riffs simples, pesados e altamente funcionais, é um outro ponto a se destacar. Diversificado, divertido e cativante como poucos álbuns que escutei neste ano. (8,5)

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Masterplan – PumpKings (2017)
(AFM Records – Importado)
 

No meio da música, poder fazer algo não significa que tenha propriamente que fazer. Timing também é algo muito importante, já que, dependendo da situação, você pode passar a impressão de oportunismo. Roland Grapow tem uma história importante ao lado do Helloween, mas lançar um trabalho com versões de músicas dos alemães que ele ou escreveu ou coescreveu, em um momento em que esses estão em uma badalada turnê mundial ao lado de Kai Hansen e Michael Kiske (e da qual ele ficou fora por motivos mais que óbvios), faz com que PumpKings tenha um tremendo cheiro de caça-níqueis. Mas, sejamos justos, obstante essa sensação chata, estamos diante de um bom trabalho, já que o conteúdo do álbum, além de agradável, é bem coeso e sólido. Além disso, as versões ficaram bem legais, com uma cara mais próxima do que o Masterplan faz em seus álbuns, muitas vezes estando mais rápidas e pesadas que as originais. Certamente vai agradar aos fãs do seu trabalho, mas ainda assim aquela impressão de oportunismo não se dissipa. Aos interessados, PumpKings está saindo em versão nacional pela Valhall Music. (7,5)

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Lacrimosa - Testimonium (2017)
(Hall Of Sermon – Importado)
 

O 13º álbum de estúdio do Lacrimosa é, segundo Tilo Wolff, dedicado a grandes artistas que faleceram no ano de 2016 e que lhe serviram de inspiração. E como não poderia ser diferente, sua mescla de Música Clássica, Darkwave, Rock Gótico e Metal, possui aquela atmosfera escura que nos acostumamos em trabalhos do grupo. Pendendo um pouco mais para o Gothic Metal, Testimonium tem bom peso, mas peca por muitas vezes soar previsível, já que nada aqui surpreende o ouvinte. Além disso, falta ao álbum aquela canção bombástica, que gruda na sua cabeça e você demora dias e dias para esquecer. Ainda assim, é justamente por ser tão óbvio, que certamente fará a alegria dos fãs. (7,5)

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Desultory - Through Aching Aeons (2017)
(Pulverised Records – Importado)
 

Ah, o bom e velho Death Metal Sueco! Pois é isso que encontramos em Through Aching Aeons, 5º trabalho de estúdio dos veteranos do Desultory. O peso se faz presente com sobra aqui, enquanto as guitarras despejam riffs violentos e são responsáveis por melodias um tanto sombrias, fazendo com que sua sonoridade soe como uma mescla de Dismember, Entombed e At The Gates. Podem até não alcançar o nível de excelência de Into Eternity (93) e Bitterness (94), mas ainda assim nos apresentam um registro de Death Metal forte, feroz e potente, desses capazes de moer pescoços alheios. (8,0)

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Arthemis - Blood - Fury - Domination (2017)
(Scarlet Records – Importado)
 

Quando pensamos em uma banda de Power Metal vinda da Itália, de imediato já imaginamos algo na linha do Rhapsody (of Fire) e afins, com partes velozes e melodias e partes sinfônicas aos borbotões. Mas esse não é o caso do Arthemis, banda que está na ativa desde 1999 e que chega ao seu 8º álbum. Seu Power Metal é pesado, moderno, com alguns bons flertes com Thrash/Groove, fugindo assim de uma fórmula que já está pra lá de desgastada e que raramente tem rendido algo memorável nos últimos anos. Uma surpresa para lá de positiva. (7,5)

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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

EZoo - Feeding The Beast (2017)


EZoo - Feeding The Beast (2017)
(Shinigami Records/earMUSIC - Nacional)


01. You Are Your Wallet
02. The Flight Of The Sapini
03. C’est La Vie
04. Guys From God
05. Feeding The Beast
06. Eyes Of The World
07. Colder Than Cool
08. Too High to Be Falling
09. Motorbike
10. Since You Been Gone
11. Don’t Look Back
12. CODA

Graham Bonnet é um músico que dispensa apresentações. Seja por sua passagem por nomes como Rainbow (onde substituiu Dio), Michael Schenker Group, Alcatrazz, Impellitteri e Blackthorne (em que tocou com Bob Kulick, Chuck Wright e Frankie Banali), ou por sua carreira solo, o britânico marcou seu nome como uma das maiores vozes do Hard/Heavy de todos os tempos. Já o guitarrista italiano Dario Mollo pode não ser tão badalado, mas seus álbuns com o Crossbones, The Cage (ao lado de Tony Martin, ex-Black Sabbath) e Voodoo Hill (uma parceria com ninguém menos que Glenn Hughes), além de seu renome como produtor, deixam bem evidente que estamos diante de um grande talento.

Apesar de Feeding The Beast ser o trabalho de estreia do EZoo, as raízes do projeto são muito mais antigas. No ano de 2001, Graham e Dario tiveram a oportunidade de excursionar na banda de Don Airey (Deep Purple), e a química entre o vocalista e o guitarrista funcionou tão bem, que em 2004 resolveram formar o Electric Zoo. Com a banda, excursionaram pela Europa e chegaram a planejar um álbum para o ano de 2007, mas devido aos diversos compromissos musicais de ambos, a ideia acabou no limbo, ficando de recordação apenas 3 covers que haviam gravado nos ensaios para a turnê de 2004. Pois foi após escutar as mesmas esse ano, que Bonnet resolveu entrar em contato com Mollo, sugerindo que finalmente tocassem a ideia em frente. E bem, agora finalmente temos o resultado dessa união em mãos.

Antes de tudo, o prezado leitor tem que ter em mente que Graham Bonnet, com seus 69 anos, não é mais o mesmo vocalista que gravou trabalhos como Down to Earth (Rainbow), No Parole from Rock 'n' Roll (Alcatrazz), Stand in Line (Impellitteri) ou Assault Attack (MSG). Ele adaptou sua voz à sua atual realidade, e mesmo que não tenha todo o alcance vocal de 40 anos atrás, ainda assim é um verdadeiro monstro quando o assunto é cantar. Já Dario Mollo não esconde em momento algum toda a influência que possui de nomes como Ritchie Blackmore e Eddie Van Halen, nos entregando de bandeja ótimos riffs e melodias, além de alguns solos verdadeiramente primorosos. O cara realmente é bom no que faz.




Acompanhados do baixista/tecladista Dario Patti (Crossbones, The Cage, Voodoo Hill) e do baterista Roberto Gualdi (Premiata Forneria Marconi, The Cage, ex-Voodoo Hill), a dupla Bonnet/Mollo lançou um dos melhores trabalhos de Hard/Heavy de 2017. O primeiro mostra que, apesar do tempo, a idade não pesa (ao menos em estúdio), e nos entrega um trabalho vocal bem característico e carregado de identidade. Potente e com seu timbre bem característico, é incrível como sua voz se encaixou bem no instrumental. Já Dario brilha com guitarras simplesmente fenomenais, tanto no que tange as bases, como também nos riffs e solos, e tudo isso sem precisar cometer exageros para demonstrar toda a sua técnica.

Das 12 faixas aqui presentes, 2 são instrumentais, “The Flight Of The Sapini” (duvido você não lembrar de “Eruption”, do Van Halen) e “CODA”, que encerra o álbum. Das demais, eu apontaria como destaques a cativante e forte faixa de abertura, “You Are Your Wallet”, o Hard intenso de “C’est La Vie”, com brilhantes desempenhos de Dario e Bonnet, a grudenta “Guys From God”, com sua pegada meio Blues, a enérgica “Colder Than Cool” e a ótima “Motorbike”, um Hard daqueles, que vai te transportar diretamente aos anos 80. E claro, não podemos esquecer aqui dos 2 covers do Rainbow presentes (e que contam com Guido Block no baixo), “Eyes Of The World” e “Since You Been Gone” (que originalmente já se trata de um cover de Russ Ballard), onde o Ezoo, sem inventar, consegue imprimir sua personalidade.

Com ótimas melodias, algumas verdadeiramente grudentas, peso e agressividade na medida certa, um trabalho de guitarra magistral e linhas vocais marcantes, o Ezoo entrega com Feeding The Beast uma verdadeira aula de como fazer Hard 'n' Heavy. Simplesmente obrigatório para qualquer fã do estilo.

NOTA: 8,5

Ezoo é:
- Graham Bonnet (vocal);
- Dario Mollo (guitarra);
- Dario Patti (baixo/teclado);
- Roberto Gualdi (bateria).

Graham Bonnet:
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Dario Mollo
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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Marillion - Marbles in the Park (2017) (DVD)


Marillion - Marbles in the Park (2017) (DVD)
(Shinigami Records/earMUSIC - Nacional)


01. The Invisible Man
02. Marbles I
03. Genie
04. Fantastic Place
05. The Only Unforgivable Thing
06. Marbles II
07. Ocean Cloud
08. Marbles III
09. The Damage
10. Don’t Hurt Yourself
11. You’re Gone
12. Angelina
13. Drilling Holes
14. Marbles IV
15. Neverland
16. Out Of This World
17. King
18. Sounds That Can’t Be Made

Com quase 40 anos de carreira nas costas, o Marillion dispensa apresentações, e álbuns como Script for a Jester's Tear (83), Fugazi (84) e Misplaced Childhood (85), lançados com Fish nos vocais, estão na memória de qualquer fã, não só da banda, como de Rock Progressivo. E apesar de muitos por ai possuírem certa implicância com a fase Steve Hogarth, a verdade é que ótimos álbuns foram lançados com o mesmo no vocal, como Brave (94), Afraid of Sunlight (95), Marbles (04) e o recente Fear (16).

E foi um destes, Marbles, que o quinteto formado por Hogarth, Steve Rothery (guitarra), Pete Trewavas (baixo), Ian Mosley (bateria) e Mark Kelly (teclado) resolveu apresentar na íntegra, durante um show realizado em 21 de março de 2015, na edição do Marillion Weekend ocorrido no Center Parcs, Port Zelande, Holanda. E se o CD duplo resenhado há alguns meses (resenha aqui) já era algo acima da média, o que temos a oportunidade de assistir nesse DVD é algo ainda mais absurdo, tamanha a qualidade. Só vendo para crer.

Em relação à qualidade sonora, ela já era fantástica no CD e aqui a mesma se mantém, mas ter a oportunidade de ver com seus olhos o que foi tal apresentação, é que acaba por tornar a experiência de Marbles in the Park ainda mais forte. A captação das imagens beira a perfeição, mas o grande diferencial é o clima intimista criado por um evento desse tipo, já que a maior proximidade e ligação da banda com seus fãs permite uma relação muito mais emocional, que você dificilmente presenciaria em um festival com diversas bandas, por exemplo.


Tudo soa muito mais impactante com os efeitos visuais projetados no telão e com os jogos de luzes. Mas são os músicos que fazem a diferença no resultado final, principalmente a figura de Steve Hogarth, com todo seu carisma e força, além da capacidade ímpar de deixar transparecer as emoções presentes nas canções do Marillion. Ele tem o público em suas mãos durante toda a apresentação. O restante da banda não fica muito atrás. Steve Rothery, um monstro com sua guitarra, desfila toda a sua categoria e talento, acompanhado de Trewavas, Mosley e Kelly. Podem ser discretos em suas movimentações em cima de um palco, mas são explosivos quando tocam seus instrumentos.

Quanto às músicas, todas, todas mesmo se destacam. As que já chamavam a atenção no CD, se tornam ainda mais incríveis, enquanto as demais sobem mais um patamar em matéria de qualidade. “The Invisible Man”, “Ocean Cloud”, "Neverland", “The Damage”, “You’re Gone”, "Fantastic Place", “Drilling Holes”, “The Only Unforgivable Thing”, "Angelina", as 4 partes de "Marbles", todas possuem seus momentos de brilho. É difícil para um fã de boa música descolar os olhos da tela durante a execução do DVD, diante de tão belíssimas imagens e de uma apresentação tão forte e marcante. É isso que torna esse material mais do que obrigatório na coleção de qualquer um.

NOTA: 9,5

Marillion é:
- Steve Hogarth (vocal);
- Steve Rothery (guitarra);
- Pete Trewavas (baixo);
- Mark Kelly (teclado);
- Ian Mosley (bateria).

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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Fire Strike - Slaves Of Fate (2017)


Fire Strike - Slaves Of Fate (2017)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Reach For Your Life
02. Master of the Seas
03. Slave of Your Fate
04. Electric Sun
05. The Wolves Don’t Cry
06. Losing Control
07. Streets of Fire
08. Lust
09. Our Shout is Heavy Metal

Formado no ano de 2005, o Fire Strike viveu aquele processo que quase toda banda passa, de estabilizar uma formação e encontrar e amadurecer seu som. Isso resultou, no ano de 2013, no EP Lion and Tiger, onde apesar de alguns pequenos exageros e aspectos que poderiam ser maturados, mostraram muito potencial. Era apenas questão de acertar detalhes aqui e ali, e foi isso que fizeram nesses últimos 4 anos, já que fica visível o quanto evoluíram sua música nesse período quando finalizamos a execução de Slaves of Fate, seu primeiro trabalho completo de estúdio.

Para quem desconhece o trabalho do quinteto paulistano, trafegam com bastante naturalidade pelo Metal Tradicional e o Speed Metal, com alguns flertes com o Hard Rock aqui e ali, gerando uma sonoridade que invariavelmente remete o ouvinte a nomes mais que consagrados como Iron Maiden, Judas Priest, Saxon, Accept e Warlock. Sua música aposta na simplicidade, sem elementos muito intrincados, procurando ir direto ao ponto quando o assunto é Heavy Metal. O peso e a agressividade também se fazem presentes, mas de forma equilibrada, já que também temos ótimas melodias aqui.

Um dos destaque de Slaves of Fate é o trabalho vocal de Aline Nunes. Se exageros nesse sentido foram cometidos no EP de 2013, aqui eles foram sanados, e o que ficou foi uma voz potente, enérgica e que acaba sendo um belíssimo diferencial para a banda. A dupla de guitarristas, formada por Helywild Amaro e Henrique Schuindt, nos entrega ótimos riffs e solos (esses dotados de ótimas melodias), enquanto a parte rítmica, com Edivan Diamond (baixo) e Alan Caçador (bateria), mostra não só boa técnica e variedade, como também muita coesão. 


Das 9 canções aqui presentes, 2 já haviam aparecido no EP e as demais são inéditas. A abertura se dá com a “maideniana” “Reach For Your Life”, veloz, enérgica e com um bom refrão. Na sequência, temos “Master of the Seas”, oriunda do EP, onde observamos um bom trabalho da parte rítmica, solos melódicos e ótimos vocais de Aline. “Slave of Your Fate” se mostra um pouco mais cadenciada em seu início, sendo outra onde os vocais de Aline se sobressaem. Em “Electric Sun”, o destaque vai para a dupla de guitarristas, assim como também na enérgica “The Wolves Don’t Cry”, que tem alguns dos melhores solos de todo o álbum. “Losing Control” se mostra bem variada, com partes mais lentas (próximas até de uma balada) e outras um pouco mais aceleradas, além de um refrão que te pega fácil, e “Streets of Fire”, a outra faixa oriunda de Lion and Tiger, tem bons riffs e vocais para lá de potentes. Para finalizar, uma ótima sequência formada pela acelerada “Lust” e por “Our Shout is Heavy Metal”, outra onde a influência de Iron Maiden se mostra um pouco mais perceptível nas guitarras.

Tanto a produção, quando a mixagem e masterização foram feitas por ninguém menos que Andria Busic (Dr.Sin), com um resultado muito bom, já que a mesma soa crua e orgânica na medida certa, sem exageros. Já a capa foi obra de Celso Mathias (que já havia feito a do EP), responsável pelas capas de bandas nacionais como Brothers of Sword e Hazy Hamlet. No geral, o quinteto não apresenta absolutamente nada de novo, mas a forma como trabalham as velhas fórmulas é bem interessante, fazendo com que não soem como simples emulação de nomes consagrados. Se mostrando mais maduro, o Fire Strike confirma o potencial mostrado 4 anos atrás e se mostra pronto para começar a sonhar mais alto daqui para frente.

NOTA: 8,0

Fire Strike é:
-  Aline Nunes (vocal);
- Helywild Amaro (guitarra);
- Henrique Schuindt (guitarra);
- Edivan Diamond (baixo);
- Alan Caçador (bateria).

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domingo, 10 de setembro de 2017

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!

White Skull - Will of the Strong (2017)
(Dragonheart Records – Importado)
 

No final da década de 90 e início da de 2000, Tales from the North (99) e Public Glory, Secret Agony (00) colocaram o nome do italiano White Skull em evidência. E isso não se dava apenas pelo Power Metal de rara qualidade apresentado, mas também pelos incríveis vocais de Federica “Sister” De Boni. Após sua saída em 2001, até chegaram a lançar bons álbuns, mas nada que chegasse ao nível de excelência do passado. Apesar de seu retorno em 2010, Under This Flag (12) manteve a sequência de álbuns que variavam entre mediano e bom, chegando a ser meio decepcionante para quem recordava dos trabalhos passados. Mas eis que em Will of the Strong a magia do passado parece ter retornado. Além de apresentarem um Power Metal pesado e que chega a flertar com o Thrash em alguns momentos, mostram um uso equilibrado dos teclados e orquestrações que soam bombásticas. E quanto a Federica, bem, seus vocais estão soando mais fortes e agressivos do que nunca, mostrando que o tempo só fez bem à sua voz. Uma aula de Power Metal! (8,5)

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Hell Fire - Free Again (2017)
(Independente – Importado)
 

O Hell Fire não deixa qualquer dúvida quanto à sua fonte de inspiração, a NWOBHM. Tudo aqui remete àquele período do final dos anos 70 e início dos 80, e a trabalhos de bandas como Iron Maiden, Diamond Head, Raven e Satan. Temos boas harmonias e riffs, ótimas guitarras gêmeas, além de uma parte rítmica forte e coesa. Tudo o que esperamos de uma banda inglesa do período em questão, mas com um detalhe: o grupo é americano. E isso nos é despertado quando nos deparamos com uma faixa como “Beyond Nightmares”, um Proto-Thrash que nos remete de imediato aos primórdios de ninguém menos que o Metallica. Se você curte nomes dessa nova geração, como Enforcer, Cauldron, Skull Fist, Striker e Night Demon, temos aqui mais um nome para você acrescentar à sua lista. (8,0)

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Dawn of Disease - Ascension Gate (2017)
(Napalm Records – Importado)
 

A cena do Death Metal Melódico pode ter dado uma estagnada nos últimos anos, mas ainda é capaz de gerar bons trabalhos, como o 4º álbum de estúdio dos alemães do Dawn of Disease. Ok, sua música não transborda originalidade, e em diversos momentos suas influências (Amon Amarth, At the Gates, In Flames (antigo) e Dark Tranquility) ficam bem evidentes, mas ainda assim são capazes de forjar boas melodias e dar às suas canções um clima épico. Além disso, equilibram muito bem peso, agressividade e sim, acessibilidade. Os fãs do estilo e das bandas citadas acima certamente aprovarão. (7,5)

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Ereb Altor - Ulfven (2017)
(Hammerheart Records – Importado)
 

O Ereb Altor nunca escondeu sua veneração ao Bathory, tanto que seu trabalho anterior, Blot · Ilt · Taut (16), foi um álbum de covers da banda do saudoso Quorthon. Mas engana-se quem pensa que sua música é uma simples emulação da mesma, já que apesar de toda influência, seu Viking/Black Metal também possui elementos que remetem aos trabalhos atuais de bandas como Týr, Enslaved e Falkenbach. Em Ulfven, encontramos, além do clima épico, riffs fortes e marcantes, boas melodias e muita variação vocal, mas tudo isso sem perder a rispidez e a aspereza que lhe são características. Uma música realmente grandiosa e que deixaria Quorthon orgulhoso. (8,5)

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Serious Black – Magic (2017)
(AFM Records – Importado)
 

O Serious Black surgiu em 2014 unindo Urban Breed (vocal/ex-Tad Morose), Roland Grapow (guitarra/ex-Helloween), Dominik Sebastian (guitarra/Edenbridge), Mario Lochert (baixo/ex-Visions of Atlantis), Thomen Stauch (bateria/ex-Blind Guardian) e Jan Vacik (teclado/ex-Dreamscape), e logo a alcunha de “Supergrupo de Power Metal” pegou. Mas a verdade é que a coisa nunca engrenou de verdade. Roland e Thomen saíram, Bob Katsionis (Firewind) e Alex Holzwarth (ex-Luca Turilli's Rhapsody, ex-Rhapsody of Fire) chegaram, e o sexteto chega a seu 3º álbum em 3 anos. Se Mirrorworld (16) havia sido superior à estreia com As Daylight Breaks (15), o mesmo não se pode falar de Magic. Por mais que a história contada seja interessante (o trabalho é conceitual), musicalmente não apresentam absolutamente nada de novo. É o mesmo Power Metal com nuances de Prog que já foi explorado por muitas outras bandas. A sorte do Serious Black é que os músicos envolvidos são de 1ª linha, e compensam isso com muito talento, boa técnica, bons riffs, melodias agradáveis e refrões marcantes. No fim, é um álbum que certamente cativará os fãs do estilo, mas que convenhamos, está muito aquém do que poderia ser com músicos desse porte envolvidos. (7,5)

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Kal-El - Astrodoomeda (2017)
(Argonauta Records – Importado)
 

A capa e o título do CD não nos deixa enganar, estamos diante de uma banda de Stoner/Doom. Em seu 3º álbum de estúdio, os noruegueses do Kal-El nos entregam um dos melhores lançamentos do estilo nesse ano de 2017. Os vocais de Cpt Ulven nos remetem diretamente aos de Ozzy Osbourne, enquanto a guitarra de Roffe despeja riffs que são uma mistura de Black Sabbath, Nebula e Monster Magnet. Enquanto isso, a parte rítmica, com o baixo de Liz e a bateria de Bjudas, parece pesar uma tonelada de tão pesada que soa. De quebra, temos boas doses de Psychedelic e Desert Rock, e uma temática toda voltada para o Sci-fi, que deixa tudo ainda mais legal. Ah, já ia me esquecendo, Astrodoomeda encerra com um cover muito bem-feito para “Green Machine”, do lendário Kyuss, Imperdível! (9,0)

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