segunda-feira, 29 de maio de 2017

O Subsolo Vol.2 (Coletânea) (2017)


O Subsolo Vol.2 (Coletânea) (2017)
(Independente - Nacional)


01. Basttardos - Basttardos
02. Melanie Klain - Abençoados por Deus
03. Monstractor - Corrosive Envy
04. Cherry Ramona - Mulher Gato
05. Luciano Granja Grupo - Vontade de Voar
06. Kike Oliveira - Estou Tão Cansado
07. Defina - Cobaia Viva
08. Pinhead - Eu Sou Bebum e a Carne é Fraca
09. Boca Braba HC - Farda Verde Oliva
10. Peltstrok - O que o Mundo Precisa Ouvir
11. Reduto - Ardor
12. Decolle - Utopia Reversa
13. Vate Cabal - Bravo Mundo Novo
14. Turn Off - Opressor das Ideias
15. Liférika - Rua Augusta
16. Stone Head - Luxúria
17. Hellio Costa - Sangue na Marreta
18. Maverick - Upsidown
19. Ember of Renewal - Beaten By Demons
20. Tumulto - Massacrados

Bem, aqui temos em mãos o segundo volume da coletânea do ótimo site O Subsolo, agora com a presença de 20 bandas de variados estilos do nosso underground. Assim como no Cd anterior (resenha aqui), temos a união de nomes com um trabalho já consolidado, ou se encaminhando para tal, com outros que estão brigando por seu espaço na concorrida cena nacional, mostrando que temos espaço para todos.

Uma das falhas da edição anterior, que era a variação um tanto excessiva de estilos, foi mais atenuada aqui. Por mais que a coisa seja diversificada, existe uma coesão maior do material. Quanto à qualidade das produções, infelizmente isso é algo que cabe às bandas. Sendo assim, vamos nos deparar tanto com produções de qualidade, bem profissionais, como também com algumas bem deficitárias. Variações na qualidade das canções também ocorrem, mas é algo que se precisa entender, já que temos no mesmo CD bandas com mais de 25 anos de estrada e outras que sequer completaram seu primeiro ano de vida.

A sequência inicial é bem animadora. De cara, 3 nomes já conhecidos de quem acompanha o A Música Continua a Mesma, Basttardos (resenha aqui), Melanie Klain (resenha aqui) e Monstractor (resenha aqui), que mostram a qualidade que deles é esperada. Em seguida, três bons nomes que apostam no Rock cantando em português: o divertido Cherry Ramona; Luciano Granja Grupo, que te remete às bandas nacionais dos anos 80, como Capital Inicial e Biquini Cavadão; e Kike Oliveira, que se destaca por apresentar um trabalho de muito bom gosto (preste atenção no belíssimo solo). O Defina até mostra um som interessante, com letra no nosso idioma e que me remeteu a nomes do início dos anos 2000 (Gram, Ludov, Mop Top e afins), só que com um pouco mais de peso, mas o vocalista tem um timbre que lá pela metade da música, começou a me soar muito enjoativo. Uma pena. Já o Pinhead, por algum motivo, me lembrou do finado Baba Cósmica, algo que por si só é temeroso (ao menos para mim). Mas não vou negar, é bem feito e vai agradar com sua pegada mais Punk bem melódica, apesar da produção apenas mediana. Já o Boca Braba HC faz jus ao nome que carrega, com uma pegada que vai agradar aos fãs de NY Hardcore e letra que trata do período da Ditadura Militar. Em seguida temos o Rock Cristão do Peltstrok. É bem feito, bem produzido, mas a letra é excessivamente panfletária para agradar o público secular.  A segunda metade abre com o ótimo Reduto, provando que o Rock Nacional, apesar de não andar com muito espaço nos veículos de comunicação de massa, ainda consegue gerar nomes de muita qualidade. 


O Decolle é a única banda aqui que estava presente no primeiro volume da coletânea. Repito aqui o que falei da vez passada. É bem feito, tem bom potencial, mas precisa de algo a mais para sair do lugar comum do gênero e empolgar o ouvinte. O Vate Cabal já é conhecido de outras coletâneas e apresenta um Rock bem pesado e com muito potencial. Uma produção um pouco mais refinada cairia bem. O Turn Off se envereda pelo Punk/Hardcore, não apresentando nada de novo e pecando um pouco pela qualidade da produção. Precisa melhorar nesse sentido para ter alguma chance na cena inflacionada dos dias atuais. Já o Liférika apresenta um Rockão daqueles bem empolgantes e agressivos, mostrando qualidade de sobra. O Stone Head é um dos nomes mais novos aqui presentes, surgiu apenas em 2016, mas mostra uma qualidade muito boa para uma banda com tão pouco tempo de estrada. O Hellio Costa aposta no Hardcore, mas a produção é fraca e o som não empolga. Tem que ralar um pouco mais e trabalhar melhor suas canções. O Maverick é outra já conhecida do site (resenha aqui) e mostra o que dela esperamos, Thrash Metal de qualidade. O Ember of Renewal, que aposta em um Metal com pegada bem moderna, surgiu apenas no final de 2016, mas já colocou um EP no mercado no início de 2017. E bem, essa pressa reflete na qualidade da música. É bem feita, pesada, mas não apresenta nada que já não tenhamos escutado com mais qualidade em bandas com mais rodagem por ai. Aconselho lapidar melhor seu estilo, para assim encontrar uma personalidade sua antes de lançar um trabalho completo, já que o potencial da banda para voar mais alto é perceptível. Encerrando o trabalho, temos o nome mais experiente da coletânea, o paranaense Tumulto, que mostra um Heavy Metal pesado e correto (mas com produção deficitária).

Que essa bela iniciativa do O Subsolo perdure por muito mais tempo, já que esse espaço é importante, não só para a divulgação das bandas de nosso underground, como também para o amadurecimento das mesmas. Vale destacar que a bela capa
é uma fotografia do fotografo alemão Philipp Messinger, com quem o site fez uma parceira!
 
NOTA: 7,0

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