terça-feira, 16 de maio de 2017

Nervochaos - Nyctophilia (2017)


Nervochaos - Nyctophilia (2017)
(Cogumelo Records - Nacional)


01. Moloch Rise
02. Ritualistic
03. Ad Majorem Satanae Gloriam
04. Season Of The Witch
05. Waters Of Chaos
06. The Midnight Hunter
07. Rites Of The 13 Cemeteries
08. Vampiric Cannibal Goddess
09. Stained With Blood
10. Lord Death
11. Dead End
12. World Aborted
13. Live Like Suicide

Não é exagero algum dizer que o Nervochaos é uma instituição do Metal Extremo nacional. São 21 anos de carreira, batalhando no underground e conquistando seu espaço, sempre com muita garra e paixão pelo estilo. Estreando sua nova formação em estúdio, com Lauro Nightrealm (vocal/guitarra, ex-Querion), Cherry (guitarra, Hellsakura), Thiago Anduscias (baixo), que retornou após 10 anos fora da banda (saiu em 2006, após Quarrel in Hell) e o sempre batalhador Edu Lane (bateria), podemos afirmar com 100% de certeza que vivem o seu melhor momento.

Em seu 7º trabalho de estúdio, intitulado Nyctophilia, o quarteto apresenta o trabalho mais maduro e forte de toda a sua carreira. Tendo como base aquele Death Metal com os 2 pés muito bem fincados na cena americana do final dos anos 80/início dos 90 (tendo como maiores referências Deicide e Morbid Angel, mas sem soar como cópia), adicionam elementos de estilos diversos como Thrash, Doom, Black e Hardcore, tornando sua sonoridade, além de bem variada, devastadora e com uma dose de obscuridade. Ok, pode não ser a reinvenção da roda, mas não tenha dúvida, por cerca de 44 minutos, você será exposto a um verdadeiro massacre sonoro.

Os vocais de Lauro Nightrealm estão simplesmente infernais e vão agradar em cheio aos fãs do estilo, até porque mesmo soando mais variados, com algumas incursões pelo Black Metal, não fogem daquela linha tradicional do estilo. Além disso, ao lado de Cherry, forma uma dupla de guitarristas simplesmente matadora, já que despejam alguns dos melhores riffs da carreira da banda, pendendo para o Thrash em muitos momentos. Já a parte rítmica se mostra absurda, soando bem coesa e técnica. Edu está, sem sombra alguma de dúvida, entre os melhores bateristas de Metal Extremo da atualidade, e o que ele faz em alguns momentos aqui é de cair o queixo.

O álbum já começa de forma simplesmente impiedosa, com a violenta “Moloch Rise”, mesclando Death Metal e Hardcore com maestria. Impressiona como uma música de menos de 3 minutos consegue ser tão variada, com passagens velozes e outras mais cadenciadas. Na sequência temos a violenta “Ritualistic”, que assim como a anterior, alterna passagens mais velozes e outras com um pouco mais de cadência, além de ter ótimos riffs. Sem dúvida é a que mais remete ao Deicide aqui. Podemos dizer que “Ad Majorem Satanae Gloriam” é a faixa “diferentona” de Nyctophilia. Com uma melodia simplesmente grudenta de tão boa, tem uma pegada gótica (sim colega, gótica), com um ar bem sombrio que a torna umas das faixas mais legais de todo o trabalho. A violência volta à tona com “Season Of The Witch”, que começa de forma mais pesada e lenta, para depois explodir em um verdadeiro massacre. Isso se repete em diversos outros momentos, não só nela, como em todo álbum. Destaque também para os vocais de Lauro, que em alguns momentos cai para o lado do Black Metal. Nessa mesma pegada, temos a forte e brutal “Waters Of Chaos”, que vai te fazer bater cabeça involuntariamente. Encerrando a primeira metade, “The Midnight Hunter” traz as influências de Hardcore novamente para o centro da música, soando absurdamente agressiva.


“Rites Of The 13 Cemeteries” abre a segunda metade seguindo o esquema de sua antecessora, com destaque para a dupla Thiago/Edu, que realizam um excepcional trabalho, enquanto “Vampiric Cannibal Goddess” se mostra um dos pontos altos de todo o CD. Sinistra, brutal e com riffs simplesmente esmagadores, é dessas que ficam na memória por dias. “Stained With Blood” começa de forma bem arrastada, lenta, quase Doom, até explodir em fúria. Alternando velocidade e cadência, é uma das mais variadas aqui. É nessa mesma linha que temos em sequência a violenta “Lord Death”, outra onde a bateria se destaca e “Dead End”, com o baixo se destacando, bons toques de Thrash e muito peso. Encerrando o álbum, outra dupla matadora. “World Aborted” soa bruta, alternando uma pegada um pouco mais lenta com alguns momentos altamente velozes, enquanto “Live Like Suicide” soa absurdamente agressiva e trafega com grande naturalidade entre o Death, o Thrash e o Doom, encerrando Nyctophilia com chave de ouro.

Faz-se mais do que necessário destacar a ótima produção. Gravado no Alpha Omega Studio, em Como, Itália, teve produção, mixagem e masterização realizadas por Alex Azzali (que já havia trabalhado com a banda nos dois últimos álbuns). O som ficou claro, limpo, cristalino, sendo possível escutar todos os instrumentos. Mas ainda assim, em momento algum soa artificial, como a maioria nos dias de hoje. Já a parte gráfica é um belíssimo trabalho de Alcides Burn (https://www.burnartworks.com/), não devendo nada a qualquer banda gringa.

Mostrando estar no seu auge técnico e criativo, o Nervochaos lançou não só seu melhor álbum, como também um dos grandes trabalhos nacionais desse ano de 2017, e candidato forte às listas de final de ano. É Death Metal da melhor qualidade, produzido com muito esmero para quebrar pescoços alheios. Prepare a cartela de relaxante muscular ou o telefone do ortopedista, pois ao final de Nyctophilia, você com toda certeza irá precisar de um dos dois.

NOTA: 8,5

Nervochaos é:
- Lauro Nightrealm (vocal/guitarra);
- Cherry (guitarra);
- Thiago Anduscias (baixo);
- Eduardo Lane (bateria).

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Um comentário:

  1. Amsg me atrevo a dizer q junto com sworn oath do sepultura são as 2 melhores brasileiras do ano

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