sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Grave Digger – Healed by Metal (2017)


Grave Digger – Healed by Metal (2017)
(Napalm Records – Importado)


01. Healed by Metal   
02. When the Night Falls   
03. Lawbreaker   
04. Free Forever    
05. Call for War   
06. Ten Commandments of Metal    
07. The Hangman's Eye    
08. Kill Ritual    
09. Hallelujah   
10. Laughing with the Dead

Em 2017, o Grave Digger, sempre capitaneado por Chris Boltendahl, completa 37 anos de existência (incluindo aquele período obscuro entre 1986 e 1991, onde utilizaram os nomes Digger e Hawaii). Então nada melhor do que soltar um novo trabalho, seu 18º da carreira, contando aqui com Stronger than Ever (86) (Digger) e Exhumation (The Early Years) (15, onde regravaram alguns antigos clássicos da sua primeira fase). Poucas bandas de sua geração são tão longevas.

Nessas quase 4 décadas, sempre se mantiveram firmes e fiéis ao seu estilo, mesmo nos conturbados anos 90, período no qual, por sinal, lançaram alguns grandes álbuns, como Heart of Darkness (95), Tunes of War (96) e Knights of the Cross (98). Mesmo na primeira década dos anos 2000, em uma fase onde na minha visão, Boltendahl e cia não andaram lá muito inspirados, lançaram ao menos um grande trabalho, Rheingold (03). Mas a verdade é que, após a saída de Manni Schmidt e a entrada de Axel "Ironfinger" Ritt em 2009, as coisas voltaram a melhorar, culminando no ótimo Return of the Reaper (14) (resenha aqui).

Bem, sejamos sinceros, quando falamos de Grave Digger, sabemos exatamente o que esperar dessa verdadeira instituição germânica. Heavy/Power simples, puro, direto, sem inovações e surpresas. Você sabe que encontrará todos os clichês do gênero presentes em suas músicas, mas a verdade é que eles sabem brincar muito bem com os mesmos e o que tinha tudo para soar repetitivo (bem, não deixa de soar), acaba sendo absurdamente divertido. Muito disso vem da honestidade, energia e paixão com que fazem sua música. É nítida a honestidade dos mesmos em cada nota tocada.

Chris Boltendahl continua com seus vocais ásperos, dessa vez mais cantados do que gritados (o que é ótimo), enquanto os experientes Jens Becker (baixo) e Stefan Arnold (bateria), formam uma parte rítmica forte, pesada e afiadíssima. Mas também nem poderia ser diferente, afinal, estão ali desde Knights of the Cross. O “estreante” Marcus Kniep (era técnico de bateria da banda desde 2009) se sai muito bem ocupando o posto de tecladista, no lugar de H.P. Katzenburg, que saiu do Grave Digger logo após Return of the Reaper, depois de quase 2 décadas na função. Mas todos os louros aqui vão para Axel Ritt. O cara simplesmente destrói durante os 37 minutos de duração de Healed by Metal (até nisso foram old school), com uma guitarra monstruosa, riffs épicos e ótimos solos. 


O álbum abre com a já conhecida faixa título, mais mid tempo, com um refrão daqueles feito para se cantar junto (são vários durante todo o trabalho) e totalmente anos 80. Perfeita para ser tocada ao vivo. Dando prosseguimento, temos uma das melhores aqui presentes, “When the Night Falls”, mais raivosa, agressiva e com ótimas melodias e riffs. Logo em seguida entra o momento Judas Priest/Saxon, com a dobradinha “Lawbreaker”/“Forever Free”, que poderiam estar em qualquer álbum da dupla. Já que falamos em momento, temos também o “sou muito fã de mim mesmo”, com a enérgica e direta “Call for War”. Por que falo isso? The Dark of the Sun. Entendedores entenderão. E nisso se vai a primeira metade de Healed by Metal sem que você ao menos tenha percebido isso.

Abrindo a segunda metade, temos outra faixa mid tempo, “Ten Commandments of Metal”, com todo seu clima oitentista, seguida pela destruidora, pesada e sombria “The Hangman's Eye”, outra que se destaca um pouco acima das demais durante a audição. “Kill Ritual” é um Power Metal tipicamente alemão, rápido, feroz, tem riffs afiadíssimos e aquele refrão cativante. Poderia estar em qualquer um dos primeiros álbuns do Blind Guardian ou mesmo no Rheingold. Certamente vai deixar os fãs felizes. Já “Hallelujah” tem uma das melodias mais cativantes de todo o trabalho e um desempenho primoroso de Axel Ritt, que culmina em um dos melhores solos do álbum. Encerrando, temos “Laughing with the Dead”, cadenciada, pesada e a mais épica de todo o trabalho. É outra que consigo imaginar sendo executada ao vivo, com o público cantando o refrão a plenos pulmões. Melhor encerramento, impossível.

Um pouco mais direto e pesado que seu antecessor, Healed by Metal não foge da já conhecida fórmula que o Grave Digger possui para compor. Muitos podem se incomodar com isso e sinceramente, não os condeno, afinal, esse tipo de solução pode realmente soar cansativa, principalmente se faltar inspiração (como ocorreu em vários momentos nos anos 2000). Mas sinceramente, nem sempre se faz necessário que uma banda saia de sua zona de conforto e isso ficou provado aqui. Simplesmente, um álbum de Heavy Metal puro, como muitos deveriam ser. Precisa mais? Acho que não.

NOTA: 8,5

Grave Digger é:
- Chris Boltendahl (vocal);
- Axel Ritt (guitarra);
- Jens Becker (baixo);
- Stefan Arnold (bateria);
- Marcus Kniep (teclado)

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