terça-feira, 7 de junho de 2016

Van Canto - Voices of Fire (2016)


Van Canto - Voices of Fire (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Prologue
02. Clashings on Armour Plates
03. Dragonwake
04. Time and Time Again
05. All My Life
06. Battleday's Dawn
07. Firevows (Join the Journey)
08. The Oracle
09. The Betrayal
10. We Are One
11. The Bardcall
12. To Catharsis
13. Epilogue

Quando o Van Canto surgiu em 2006, a ideia parecia original e interessante. Um grupo de Power Metal à capella, que fazia versões de clássicos do Metal, adotando um estilo vocal que eles chamam de Rakkatakka, que nada mais é do que seus músicos fazendo repetições onomatopeicas de sons que simulam instrumentos, já que tirando os 5 vocalistas, temos apenas um baterista. Os anos foram passando, os álbuns sendo lançados, mesclando músicas próprias e covers e o que parecia legal foi se tornando repetitivo e maçante. A fórmula desgastou.

Voices of Fire é a tentativa dos alemães de renovar seu som. Em primeiro lugar, o álbum conta apenas com material autoral, deixando assim os covers para o passado. Em segundo, e certamente esse é o ponto mais interessante aqui, é que essa é uma Metal Opera baseada no livro Feuerstimmen ("Vozes do Fogo" em alemão), novo romance de fantasia de um dos escritores mais vendidos da Alemanha, Christoph Hardebusch, com quem a banda juntou forças. Batalhas épicas, heróis, dragões, está tudo presente aqui e certamente a história vai agradar em cheio os amantes desse estilo. Voices of Fire funciona como a trilha sonora do livro.

Podemos observar aqui uma banda que busca ampliar seus horizontes, para assim tirar sua música da mesmice em que se encontrava. Vemos agora um maior apelo sinfônico, que dá certa grandiosidade as músicas e que me fez soarem como uma espécie de Rhapsody sem guitarras (entenda isso como preferir). Os coros presentes, que aqui ficaram a cargo do London Metro Voices e do Coral Infantil da Chorakademie Dortmund, ajudam nessa sensação de grandiosidade e dá maior riqueza às composições se comparados com os trabalhos anteriores. O trabalho conta também com a participação do ator John Rhys-Davies, mais conhecido como Gimli, da trilogia O Senhor dos Anéis. Ele é responsável pelo prólogo, epílogo e narrações que precedem cada uma das faixas, dando assim um ar suntuoso e até mesmo cinematográfico a Voices of Fire. Os arranjos também estão mais bem trabalhados e pomposos (no bom e no mau sentido da palavra, dependendo do seu gosto).

Com tudo isso, se torna indiscutível a maior complexidade vocal presente no álbum e seria loucura negar tal fato, mas isso não faz com que eu feche os olhos para algo que me incomodou um bocado. Apesar de todo o esforço, os vocais Rakkatakka não conseguem preencher o vazio deixado pela ausência das guitarras e baixo, algo que não era tão sentido nos trabalhos anteriores. Nem o excelente desempenho do baterista Bastian Emig e as boas melodias presentes conseguem dar a profundidade que falta nesse quesito. Certamente é algo a ser mais bem trabalhado no futuro.

Das 11 faixas presentes (descontando Prólogo e Epílogo), aponto como minhas preferidas “Clashings on Armour Plates”, “Dragonwake”, “All My Life”, “Battleday's Dawn”, “Firevows (Join the Journey)” e “The Betrayal”.

A ótima produção ficou a cargo de Stefan Schmidt, deixando tudo bem claro e audível, superior ao que foi apresentado nos trabalhos anteriores. Já a capa é obra do brasileiro Osmar Arroyo, que participou de toda formulação e execução do projeto ao lado da banda e de Christoph. Entre erros e acertos, vemos em Voices of Fire uma banda que procura novas soluções para sua música, o que consegue na maior parte do tempo. Mas é aquela coisa, quem é fã, continuará sendo e certamente irá considerar esse o melhor álbum do Van Canto, mas os que não curtem essa proposta de Metal à capella, bem, esses irão continuar sem gostar.

NOTA: 7,5

Van Canto:
- Sly (vocal principal)
- Inga Scharf (vocal principal)
- Ross Thompson (vocal rakkatakka)
- Stefan Schmidt (vocal rakkatakka)
- Jan Moritz (vocal "baixo")
- Bastian Emig (bateria)

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