quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Megadeth – Dystopia (2016)



Megadeth – Dystopia (2016)
(Universal Music – Nacional)

01. The Threat is Real
02. Dystopia
03. Fatal Illusion
04. Death From Within
05. Bullet To The Brain
06. Post American World
07. Poisonous Shadows
08. Conquer Or Die
09. Lying In State
10. The Emperor
11. Foreign Policy

Acho que a muito tempo um álbum do Megadeth não causava tanta expectativa no público. Muito disso se deu devido a entrada do guitarrista Kiko Loureiro (Angra) e do baterista Chris Adler (Lamb Of God), o que gerou um misto de e esperança e apreensão nos fãs, que estavam mais do que ávidos por saber o que essa nova formação seria capaz de fazer. Seria a trupe comandada por Mustaine capaz de recuperar o brilho do passado ou repetiriam o fraco desempenho de Th1rt3en (11) e Super Collider (13), os dois últimos trabalhos da banda?

Pois bem amigos, respirem aliviados, pois o resultado aqui é o melhor possível. Se você fez parte da turma que torceu o nariz para a entrada de Kiko, apenas por não gostar do Angra ou por achar que um brasileiro não pode chegar tão alto, sinto lhe informar que quebrou feio a cara, já que ele é um dos destaques aqui, com ótimos riffs e solos de qualidade. Já Adler dispensa qualquer comentário, pois é apenas um dos maiores bateristas da atualidade e não se esperava menos do que excelência por parte dele. Sem exageros, os dois revitalizaram um Megadeth que vinha capengando a muito tempo.

Seria ridículo esperar um álbum do porte de um Peace Sell...But Who’s Buying (86) ou de um Rust In Peace (90), clássicos absolutos da história do Metal. Isso nunca vai voltar a ocorrer, não por falta de qualidade dos músicos envolvidos, mas simplesmente porque os tempos são outros. O mundo mudou, a música mudou, as pessoas mudaram e uma volta ao passado, a não ser que você tenha um DeLorean e se chame Marty McFly, vai apenas soar como um pastiche forçado (por mais que de certa forma tenhamos um pezinho no passado aqui). Deixemos para as bandas mais novas, copiarem o que os mestres fizeram 20, 30 anos atrás.

Esse é a priori, um álbum de Thrash Metal como a muito o Megadeth não o fazia. Aqui, passado, presente e futuro se misturam em uma música pesada, agressiva, técnica (algo que sempre encontramos de sobra na música do grupo) e que possui um toque atual, moderno. Literalmente um Megadeth versão 2016. Mustaine continua com seu vocal inconfundível e marcante, mas mais agressivo do que de costume e mantém seu contumaz brilhantismo na guitarra. Kiko se mostra uma aquisição de rara felicidade e tem tudo para construir uma história na banda tão gloriosa quando Marty Friedman. Além de mostrar a técnica que todos nós conhecemos, esbanja felling e uma precisão absurda. Haters, aceitem, o cara realmente é foda. Já David Ellefson e Chris Adler são um espetáculo à parte, pois o preso e variedade que imprimem as canções beira o absurdo. Uma das melhores partes rítmicas do Metal na atualidade.

Ok, em alguns poucos momentos a banda me soou um pouco forçada tentando remeter aos primeiros álbuns, assim como senti falta de uma maior quantidade de músicas mais velozes (a maioria possui um andamento mediano), mas isso não tira em nada a força das canções presentes em Dystopia. Destaques principais ficam por conta de “The Threat is Real”, “Dystopia”, “Fatal Illusion”, “Death From Within”, “Poisonous Shadows” (com partes orquestradas e Kiko tocando piano), “Lying In State” e “Foreign Policy”.

Soando revitalizado, moderno, mas ainda com cara de Megadeth, Mustaine e Cia mostram que ainda tem muita lenha para queimar e muito a contribuir para o Metal. Isso é claro, se essa formação tiver vida longa, o que esperamos. Facilmente o melhor trabalho da banda nos últimos 20 anos.

NOTA: 8,5

Megadeth é:

- Dave Mustaine (Vocal/Guitarra)
- Kiko Loureiro (Guitarra)
- David Ellefson (Baixo)
- Chris Adler (Bateria)


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