terça-feira, 3 de junho de 2014

Ratos de Porão – Século Sinistro (2014)




Ratos de Porão – Século Sinistro (2014)
(Bruak Records – Nacional)

01. Conflito Violento
02. Neocanibalismo
03. Grande Bosta
04. Sangue e Bunda
05. Século Sinistro
06. Jornada Para o Inferno
07. Prenuncio de Treta
08. Stress Pós-Traumático
09. Viciado Digital
10. Boiada Pra Bandido
11. Progreria Of Power (Anti-Cimex cover)
12. Puta, Viagra e Corrupção
13. Pra Fazer Pobre Chorar

Acho que o Ratos de Porão dispensa qualquer tipo de apresentação. A mais de 30 anos fazendo a felicidade tanto de Punks quanto de headbangers com seu Crossover, chegam aqui a seu 13° álbum de estúdio, oito anos após o monstruoso Homem Inimigo do Homem (06). Com a formação muito bem estabilizada a cerca de 10 anos, contando com João Gordo (vocal), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria), acabam presenteando a todos com um trabalho simplesmente avassalador.
A destruição e a brutalidade que emanam das 13 faixas presentes é algo que beira o absurdo, isso valendo tanto para o Hardcore/Crossover ensurdecedor e violento que vai sair das caixas de som, quanto para o conteúdo lírico do trabalho, que aborda temas de nossa realidade, como os protestos que explodiram por todo Brasil a partir de 2013, violência policial, a alienação causada pelo futebol e pelas redes sociais, etc. Uma curiosidade bem interessante aqui é que Século Sinistro foi 100% gravado de forma analógica, sem Pró Tools e modernidades afim. Isso da outra cara a produção, que perde aquele ar frio e distante de muitas gravações atuais, dando uma cara mais verdadeira à obra. O quarteto contou também com duas participações mais do que especiais, Moyses Kolesne (Krisiun), nos solos de “Neocanibalismo” e “Progreria Of Power” e o porco de estimação de João Gordo, Atum, em “Sangue e Bunda”, uma das melhores aqui presentes. Esse é um daqueles raros álbuns em que nenhuma faixa pode ser descartada, mas ainda sim eu destacaria aqui como minhas preferidas, “Conflito Violento”, “Grande Bosta”, “Jornada Para o Inferno”, “Viciado Digital” e “Puta, Viagra e Corrupção”.
A capa, muito foda e refletindo totalmente o conceito do que é aqui apresentado (principalmente em “Viciado Digital”) foi feita por Ricardo Tattoo e inspirada em grafites que vemos pelas grandes cidades brasileiras. Cada dia mais sujo e agressivo (não deu para evitar o trocadilho), o Ratos de Porão mostra porque é uma verdadeira instituição do Hardcore/Crossover, não só nacional, como mundial, lançando esse que tranquilamente irá entrar em qualquer lista de melhores do ano em Dezembro. E duvido que alguma banda nacional consiga bater Século Sinistro. Os mestres estão de volta!

NOTA: 9,0









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