quinta-feira, 27 de março de 2014

Sonata Arctica – Pariah’s Child (2014)




Sonata Arctica – Pariah’s Child (2014)
(Nuclear Blast - Importado)

01. The Wolves Die Young
02. Running Lights
03. Take One Breath
04. Cloud Factory
05. Blood
06. What Did You Do In The War, Dad?
07. Half A Marathon Man
08. X Marks The Spot
09. Love
10. Larger Than Life

Quando surgiram em 1999, com Eclíptica, o Sonata Arctica empolgou muitos fãs de Power Metal Melódico, dando indicações de que poderia vir a se tornar um dos gigantes do estilo. Nos três álbuns seguintes essa expectativa se confirmou, mas então em 2007, com Unia, algo mudou. A cena Power Metal se estagnou e a saída óbvia foi à busca por novos elementos para sua música. Influências de Prog Metal foram adicionadas a sua sonoridade, o som ficou mais lento e os fãs die hard caíram de pau em cima da banda. Tudo se tornou ainda mais dramático para os mesmos quando, em 2012, lançaram Stones Grow Her Name, um álbum com pés ficados naquele Hard Rock mais melódico.

Talvez por isso tudo, quando a banda soltou o primeiro single, “The Wolves Die Young”, onde velhas características de sua sonoridade voltam a dar as caras, mesmo que de forma um pouco mais tímida, esses mesmos fãs se encheram de esperança. Estaria o Sonata Arctica retornando as suas raízes? O que eu posso dizer a esses é que, se esperam um novo Eclíptica, nem percam tempo escutando Pariah’s Child. Por mais que em alguns momentos resgatem certos elementos sonoros mais antigos (músicas um pouco mais rápidas, teclados que remetem aos primeiros álbuns), os finlandeses ainda passam longe daquele Power Metal de outrora (o que acho ótimo). Talvez esse seja um álbum que venha para consolidar de vez essa nova sonoridade da banda, misturando o velho com o novo e assim, encontrando de uma vez por todas um norte para sua música.

Devo admitir que nunca fui grande fã do Sonata até então, e peguei Pariah’s Child para escutar de cabeça totalmente aberta. E querem saber, gostei do resultado aqui. Sempre achei que acima de tudo, a audição de um álbum deveria ser algo divertida, afinal, gostemos ou não, música é entretenimento, é feita para divertir. A música que emana aqui passa longe de entediar o ouvinte, justamente por ser mais diversificada e fugir dos clichês tanto do Power Metal do início da carreira quanto do Prog Metal adotado posteriormente. Acho que a experiência Hard Rock do álbum anterior acabou por fazer bem a eles. As músicas aqui conseguem te cativar, soando como uma mistura de todas as fases do Sonata, como uma espécie de continuação lógica do trabalho anterior. Destacam-se a já citada “The Wolves Die Young”, que vai agradar aos fãs mais antigos, “Running Lights”, “Blood”, a Hard “Half A Marathon Man”, minha preferida do álbum, a divertida “X Marks The Spot” e, principalmente, a épica e teatral “Larger Than Life”, com seus mais de 10 minutos. Talvez seja a menos acessível do álbum, sendo uma espécie de Prog Power Sinfônico.

A produção, muito clara e polida, me incomodou um pouco, já que gostaria de ver aqui um pouco mais de sujeira e peso, mas ai também já seria pedir demais em se tratando de um álbum do Sonata Arctica. Não, Pariah’s Child não é uma obra prima e não vai mudar os rumos do estilo. Também não acredito que daqui a 10 anos será lembrado com um trabalho clássico da história do Metal, mas e daí? Eu mesmo, provavelmente, não o estarei escutando daqui a um ou dois meses. Isso faz dele um trabalho ruim ou menor? Não seria à hora de deixarmos um pouco o radicalismo de lado, sermos menos sisudos quando se trata de Heavy Metal, dar umas risadas, nos divertirmos um pouco? A vida já é dura demais para levarmos até mesmo a música como algo tão sério assim, afinal de contas, ela é uma expressão artística feita para nos entreter e não para ficarmos elaborando tratados filosóficos a respeito da mesma. Então, descole sua cópia, sente na sua cadeira, coloque os pés em cima da mesa, de o play e passe alguns minutos sem se preocupar com os problemas da vida. Divirta-se!

NOTA: 8,0




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