quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Tierramystica – Heirs of the Sun (2013)





Tierramystica – Heirs of the Sun (2013)
(Megahard Records - Nacional)
               
01. When the New Dawn Arrives
02. Vision of the Condor
03. Essence of Pride
04. Myths of Creation
05. Men of Earth
06. Shine, Once Again
07. Gate of Gods (Hayu Marca)
08. The Rise of the Feathered Serpent (Quetzacoatl)
09. Llanto de mi Tierra
10. Inti Sunset

O que lhe vêm à cabeça quando falamos de uma banda de Power/Folk Metal? Violinos? Gaitas de Fole? Passagens acústicas? Letras que abordam aspectos tipicamente europeus, como Vikings e similares? Bem, esqueça todos esses clichês do gênero quando colocar o novo álbum dos gaúchos do Tierramystica para tocar. O que temos aqui misturado ao Heavy/Power/Prog praticado pela banda é uma sonoridade tipicamente andina, com a utilização de instrumentos como Charango, Ocarina, Quena, Zamboña, Craviola, Bombo e letras que abordam aspectos típicos da cultura da região e seus mitos. Diferente? Com toda certeza, mas é ai que está a grande originalidade da banda. Quantos por ai vocês conhecem que abraçam uma proposta análoga a essa?
Quem teve contato com o debut da banda lançado em 2010, A New Horizon Comes, sabe exatamente o que vai encontrar musicalmente falandoem Heirs of the Sun, já que nesse quesito nada mudou. O que faz o diferencial aqui e torna esse trabalho ainda melhor é a ótima produção, a cargo da dupla Marcelo Pompeu/Heros Trench, que para mim estão entre os melhores do mundo quando se fala em Heavy Metal e o fato do Tierramystica estar ainda mais maduro dentro de sua proposta. A forma natural como conseguem alternar as passagens de Metal com as acústicas e as tipicamente andinas dentro de uma mesma música é incrível, fora que dessa forma, evitam que as faixas caiam em uma mesmice previsível. A verdade é que você nunca sabe o que esperar. Não vou negar que foi difícil destacar faixas aqui, mas aconselho uma audição atenta em “Vision of the Condor”, “Essence of Pride”, “Myths of Creation” (minha preferida), “Gate of Gods (Hayu Marca)” e na bela e acústica “Llanto de mi Tierra”, cantada em castelhano.
Combinando de forma absolutamente harmônica elementos que teoricamente são díspares, o Tierramystica conseguiu sair da vala comum que as bandas de Folk se enfiaram nos últimos anos e, de certa forma, realizaram uma atualização do conceito do estilo. Com um trabalho sólido, criativo, maduro e, principalmente, muito original, mostram potencial para se tornarem não só uma das maiores bandas brasileiras de Metal como alcançar um lugar de destaque na cena Folk Metal mundial. Duvida de mim? Então compre Heirs of the Sun e tire suas próprias conclusões. Um dos melhores álbuns nacionais de 2013.

NOTA: 9,0

Metal Archives
Megahard Records




quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Immolation – Kingdom Of Conspiracy (2013)




Immolation – Kingdom of Conspiracy (2013)
(Nuclear Blast - Importado)
               
01. Kingdom of Conspiracy
02. Bound To Order
03. Keep The Silence
04. God Complex
05. Echoes Of Despair
06. Indoctrinate
07. The Great Sleep
08. A Spectacle of Lies
09. Serving Divinity
10. All That Awaits Us

Falar o que dessa lenda do Death Metal americano? Com pelo menos 4 verdadeiros clássicos do estilo, Dawn Of Possession (91), Here In After (96), Close To a World Below (00) e Unholy Cult (02), o Immolation retorna agora ao ataque com Kingdom of Conspiracy. Com uma discografia acima da média e sempre com ótimos álbuns, é sempre um desafio para a banda lançar um trabalho que faça frente a trabalhos tão brilhantes.
Kingdom of Conspiracy é o 9º trabalho de estúdio do Immolation e o que temos aqui é exatamente o que qualquer fã da banda espera, ou seja, Death Metal brutal e altamente técnico. Carregado de riffs criativos e com vocais furiosos (mais uma vez Ross Dolan prova ser um dos melhores do estilo), o álbum já abre com uma verdadeira porretada na cabeça, com sua faixa titulo. O massacre continua com a brutal e selvagem “Bound To Order” e “Keep The Silence” umas dessas típicas faixas da banda. Já “Echoes Of Despair” tem tudo para se tornar um novo clássico do Immolation, com usa levada mais cadenciada e peso, muito peso. “Indoctrinate”, que alterna partes rápidas com outras mais cadenciadas e a veloz “A Spectacle of Lies” também se destacam. Mas apesar de tudo isso, admito que em alguns momentos, apesar de toda a inspiração da banda, senti certa previsibilidade nas músicas. Isso poderia ser ruim, mas para o fã do Immolation, é tudo que se deseja.
É mais do que óbvio que a banda está muito confortável dentro do estilo que estabeleceu para seu som. Quando você coloca um cd do Immolation para rodar, sabe exatamente o que irá escutar. Death pesado, brutal, técnico e sem o mínimo espaço para modismos e novas tendências. Kingdom Of Conspiracy é ruim? Ao contrário, é um ótimo álbum. Seu grande problema é que confrontado com os demais trabalhos da banda, ele acaba por perder um pouco do seu brilho. Ouso dizer que talvez seja seu trabalho mais fraco, o que significa que possivelmente é melhor que 90% do que é lançado por ai com o rótulo de Death Metal. Pode comprar sem medo!

NOTA: 8,5





terça-feira, 29 de outubro de 2013

Malefactor – Anvil of Crom (2013)




Malefactor – Anvil of Crom (2013)
(Eternal Hatred Records - Nacional)

01. Into The Black Order
02. Elizabathory
03. 666 Steps to Golgotha
04. Anvil of Crom
05. Black Road of Burning of Souls
06. Blood of Sekhmet
07. Trevas
08. A Guerra Virá
09. The Mirror
10. Into The Catacombs (Goat of Mendes)

Com mais de 20 anos de estrada e uma carreira consolidada na cena nacional, os baianos do Malefactor retornam após um hiato que perdurava desde o ótimo Centurian (06). Sinceramente, não sei o porquê desse longo intervalo de tempo, mas que ele fez um bem enorme a banda e que eles voltaram com tudo, isso é algo inquestionável. Não que já não fossem ótimos, mas nesse lançamento alcançaram um nível impressionante.
Esse é um álbum altamente desafiador. Mais maduro do que nunca, o Malefactor fez um trabalho quase impossível de se rotular musicalmente (eles se definem como Unholy Metal). A forma como conseguem transitar entre os mais variados estilos é algo de impressionar. Death, Black, Metal Tradicional, temos de tudo um pouco aqui, mas em momento algum o resultado disso soa como uma colcha de retalhos. Anvil of Crom é sem sombra de dúvidas, o trabalho mais intenso e desafiador desses baianos e as músicas, além de muito pesadas, estão muito bem trabalhadas. Impossível não destacar aqui também a belíssima atuação de Lord Vlad, que consegue alternar seu vocal do mais agressivo a vocalizações mais limpas com uma facilidade imensa e com muita qualidade. Mesmo com o alto nível do trabalho apresentado aqui, podemos citar como melhores faixas “Elizabathory”, com um refrão que pega fácil, belos corais e que sintetiza perfeitamente já de cara a sonoridade do Malefactor, “666 Steps to Golgotha”, bem variada e que conta com a participação de Eregion (Unearthly), a épica faixa título, talvez a melhor de todo o trabalho, a diversificada “Blood of Sekhmet” e a cadenciada, pesada e cantada em português, “A Guerra Virá”, que conta com participação de Hécate (Miasthenia).
A produção, a cargo de Marcos Franco e Vitor Marcos e a parte gráfica, sobre responsabilidade de Marcelo Almeida, ficaram excelentes e é outro ponto que merece muito destaque. Anvil of Crom é daqueles álbuns que todo headbanger deveria ouvir com muita atenção e a mente bem aberta, já que sua diversificação musical é desafiadora para qualquer ouvinte. Permita-se isso e irá se deparar com um dos melhores álbuns de Metal Nacional do ano de 2013. E que não demorem mais 7 anos para lançarem um novo álbum. Obrigatório!

NOTA: 9,0





segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Fleshgod Apocalypse – Labyrinth (2013)




Fleshgod Apocalypse – Labyrinth (2013)
(Nuclear Blast - Importado)

01. Kingborn
02. Minotaur (Wrath of Poseidon)
03. Elegy
04. Towards the Sun
05. Warpledge
06. Pathfinder
07. The Fall of Asterion
08. Prologue
09. Epilogue
10. Under Black Sails
11. Labyrinth

Banda italiana e Metal Sinfônico. Quando essas duas coisas se juntam, você já imagina uma banda de Power Metal Melódico na linha do Rhapsody e demais do gênero. Mas quem conhece o Fleshgod Apocalypse, sabe que a praia aqui é outra, um Death Metal absurdamente brutal e técnico. Talvez justamente por essa mistura inusitada do Death com o Symphonic Metal, a banda vem crescendo de forma exponencial no cenário metálico.
Claro, estamos diante de um trabalho de difícil apreciação e absurdamente complexo. Sendo assim, dificilmente o ouvinte ira captar a força do som presente em Labyrinth já de cara, a não ser aqueles que já acompanham a banda em seus lançamentos anteriores, Oracles (09) e Agony (11). Desde a abertura, com á ótima e violenta “Kingborn” até o encerramento, com a instrumental que leva o nome do álbum, podemos dizer que cada música presente aqui é surpreendente, pois os rumos que cada canção toma são incertos e inesperados. Musicalmente falando, não temos grandes diferenças em relação aos trabalhos anteriores da banda, mas é inegável também que estão com uma sonoridade bem mais madura. A forma como misturam o seu Death Metal brutal com as parte sinfônicas consegue soar absurdamente natural e passa longe do exagero e do pedantismo. Um exemplo disso são os vocais operísticos de Verônica Bordacchini, utilizados na medida certa. Outros destaques aqui vão para “Minotaur (Wrath os Poseidon)”, bem acelerada, a caótica “Elegy”, “Pathfinder”, “The Fall of Asterion” e “Under Black Sails”.
Vale destacar também a ótima produção de Labyrinth, a melhor da banda até esse momento, pois conseguiu deixar todos os instrumentos bem audíveis e o som muito pesado e agressivo. No final, se você já curtia a proposta do Fleshgod Apocalypse, se tornará ainda mais fã desses italianos, mas, se você se encaixava naquele grupo que não curtia o som praticado por eles, não é com esse álbum que irá mudar de opinião. Aqui não tem espaço para meios termos, ou se ama ou odeia.

NOTA: 8,5

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